O pianista Arthur Moreira Lima morreu nesta quarta-feira (30), aos 84 anos, no Hospital Imperial da Caridade, em Florianópolis (SC), cidade onde morava desde 1993. Ele tratava um câncer de intestino e faleceu em decorrência da doença, segundo a família.
Nascido no Rio de Janeiro em 1940, começou a estudar piano aos 6 anos, e foi aluno de Lúcia Branco, que também foi professora de Tom Jobim. Após estudar na França e na extinta União Soviética, conquistou o segundo lugar no mais prestigiado concurso internacional de piano do mundo, o Frédéric Chopin, em Varsóvia, na Polônia, em 1965.
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Como conta Marcelo Silva Souza, no Portal Contemporâneo da América Latina e Caribe, Moreira Lima iniciou uma brilhante carreira de concertista internacional em Viena, sendo solista da primeira audição do Concerto n. 1 de Heitor Villa-Lobos no Japão, na Rússia, na Áustria e na Alemanha.
"De volta ao Brasil, na década de 1970, iniciou a gravação de mais de cinquenta discos (dos mais de cem de toda sua carreira) que mudariam o conhecimento do grande público em relação às obras instrumentais, eruditas e populares, brasileiras. Gravou Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha, Noel Rosa, Villa-Lobos, Radamés Gnattali, Turíbio Santos, Paulo Moura, Elomar e Heraldo do Monte, entre outros nomes da música instrumental brasileira. Definitivos são seus trabalhos de recuperação da obra de Ernesto Nazareth e Francisco Mignone. Em 1997, gravou obras do argentino Astor Piazzolla transcritas para piano", diz Silva Souza.
Já na década de 1980, promoveu iniciativas para popularizar a música de concerto e chegou a ter um programa na TV aberta, na extinta TV Manchete, em 1986, o "Toque de classe". A partir de 2003, fez apresentações no projeto Um Piano pela Estrada, realizando mais de 500 concertos em um caminhão-teatro que passou por centenas de cidades em todas as regiões do Brasil.
O resultado das andaças pelo Brasil foram registradas em 2010 pelo jornalista Marcelo Mazuras, que lançou O piano e a estrada, reportagem biográfica sobre Arthur Moreira Lima.