CINEMA

Martin Scorsese revela que não assiste aos seus próprios filmes e diz por que

Diretor é o maior com número de indicações ao Oscar deste ano, somando ao todo 11 nomeações

Martin Scorsese é diretor do filme 'Assassinos da Lua das Flores'.Créditos: Reprodução
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O diretor americano Martin Scorsese, que acumula vários prêmios Oscar e tem uma lista de filmes icônicos em seu currículo, contou sobre sua paixão pelo cinema em entrevista recente à Variety, via CBR, e revelou que tem certa relutância em assistir seus próprios filmes no cinema.

“Mal consigo ir ao teatro”, disse. “Há alguém na minha frente, e eu não consigo ver o palco ou ouvir o show… Percebi que o público se tornou mais estridente do que costumava ser”. Apesar disso, o cineasta de Taxi Driver enfatizou que é crucial assistir a filmes nos cinemas e que sua hesitação é maior por já ter tido a primeira experiência antes do lançamento.

Seu mais recente trabalho cinematográfico é “Assassinos da Lua das Flores”, uma das produções mais aclamadas do ano passado, atualmente indicada em impressionantes onze categorias no Oscar de 2024, incluindo a prestigiosa categoria de Melhor Filme. A divulgação dos vencedores está marcada para 10 de março.

A trama do filme narra a trágica história verídica ocorrida nos Estados Unidos com a comunidade indígena Osage. Seu início remonta a 50 anos antes, quando foram deslocados de suas terras originais no Missouri e Arkansas para serem realocados em Oklahoma. Em 1920, por coincidência, descobriram uma vasta reserva de petróleo em terras áridas e pedregosas, tornando-se ricos. 

Não por acaso, despertaram a avareza dos habitantes brancos da região. Muitos homens casaram-se com mulheres Osage com a única intenção de tomar posse de suas terras. A partir desse ponto, desenrola-se uma série de assassinatos dos nativos, constituindo o núcleo da narrativa do filme. Este relato, aliás, foi documentado pelo jornalista David Grann, autor do livro que inspirou o filme, conforme ele mesmo revelou em entrevista ao jornal El País.

"As instituições brancas e o establishment universitário apagaram essa tragédia da narrativa histórica estabelecida porque as vítimas eram indígenas. Quando você conhece os descendentes dos Osage começa a entender o inferno que viveram, história viva para eles, um massacre que não aconteceu há 300 anos, mas em pleno século 20", afirmou o jornalista na época.

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