ATIVISMO

Para Onde Voam as Feiticeiras: documentário mescla cinema de rua contemporâneo e questões sociais

O filme que foi premiado em Portugal chegou aos cinemas brasileiros no fim de agosto

Elenco de 'artivistas' do documentário.Créditos: /Divulgação
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O documentário "Para Onde Voam as Feiticeiras" estreou nos cinemas brasileiros no fim do último mês de agosto e aborda temas envolvendo a comunidade LGBTQIAPN+, ativismo político e representatividade de diferentes trajetórias.

O filme gira em torno de 7 artistas que possuem vivências distintas e percorrem a trama com suas encenações e improvisos na cidade de São Paulo. São eles: Ave Terrena Alves, Fernanda Ferreira Ailish, Gabriel Lodi, Mariano Mattos Martins, Preta Ferreira, Thatha Lopes e Wan Gomez.

As pautas levantadas no documentário abrangem diversas áreas e minorias sociais, com temas que passam pela LGBTfobia até o racismo, machismo e a violência contra pessoas em estado de vulnerabilidade. Essas pautas são tratadas a partir das performances e dos elementos artísticos realizados por estes artistas nas ruas da capital paulista. 

As personagens são chamadas de "artivistas" e o grupo formado por elas se chama "As Manas". O diálogo e debates que acontecem nas rodas de conversa denunciam grande parte da realidade de pessoas marginalizadas no Brasil e promovem reflexão sobre como a sociedade funciona

A obra foi vencedora do festival Queer Porto, que acontece em Portugal, e a sua primeira exibição aconteceu na 9ª edição do Festival Olhar de Cinema de Curitiba, durante a pandemia, em 2020. 

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A deputada federal Erika Hilton, a filósofa Judith Butler e o pastor Henrique Vieira participam do longa a fim de contribuir para a discussão. O projeto se trata de um cinema de rua contemporâneo, uma vez que provoca os cidadãos em espaços públicos a se vestirem e participarem das performances de forma anônima.

"Quando a Lili me chamou para fazer o filme, a gente tinha acabado de sair de um filme todo rodado na ocupação Cambridge. Em uma conversa, ela me falou: “eu gostaria de fazer um filme na rua.” A partir disso, começamos a pensar o que seria um filme na rua, um filme que visse e ouvisse como a rua percebe a questão LGBTQIA+. O projeto acabou se ampliando, abordando também questões relacionadas aos indígenas e à negritude", diz Carla Caffé, uma das diretoras, sobre a produção do filme.