Em uma cena do filme “Oppenheimer”, que estreou no último dia 20 nos cinemas, o físico J. Robert Oppenheimer, ainda jovem, coloca na mesa de um professor universitário que o havia frustrado uma maçã com cianeto de potássio, um veneno fatal. O filme retrata a trajetória de Oppenheimer, o inventor da bomba atômica. O físico desistiu da ideia no dia seguinte, depois de conhecer seu colega Nies Bohr.
Agora, o neto de Oppenheimer, Charles, vem a público defender a memória de seu avô. Em entrevista à revista Time, ele afirmou que o episódio nunca foi comprovado e que “não há registros de que ele tenha tentado matar alguém”. Charles ressalta que essa é uma acusação muito séria e se trata de uma revisão histórica, pois “não há um único inimigo ou amigo de Robert Oppenheimer que tenha ouvido isso durante sua vida e o considerasse verdadeiro”.
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O descendente do físico culpa os escritores do livro “American Prometheus: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer”, de Kai Bird e Martin J. Sherwin, pela suposta fake news. A obra é uma biografia do cientista, vencedora do Prêmio Pulitzer em 2006.
Ele explica que os autores primeiro contam a história do envenenamento como uma verdade e apenas depois, em um momento que pode passar despercebido por muitos, dizem “na verdade, não sabemos se isso aconteceu”.
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Charles diz que não culpa o diretor do filme recém-lançado, Christopher Nolan, pela cena, e que ela não o incomodou.
“No filme, [o evento] é tratado de forma vaga e você realmente não entende o que está acontecendo, a menos que conheça esse histórico incrivelmente detalhado. Então, honestamente, isso não me incomodou. Me incomoda o fato de estar na biografia com ênfase, e não como um aviso de que é um boato não comprovado que queremos colocar em nosso livro para torná-lo interessante”, explica.