Chegou o feriadão de Corpus Christi e muitos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros descansam nesta quinta-feira (8). Os mais sortudos ainda podem ‘esticar’ o descanso ao longo da próxima sexta (9) e do final de semana subsequente. Em todo caso, há também aqueles que não terão o direito ao descanso e isso ocorre porque a data não é considerada um feriado nacional.
O Corpus Christi é, na verdade, um ponto facultativo para todo o país, o que significa que a não ser que a data seja considerada um feriado municipal – como ocorre em São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória e Maceió –, as empresas não têm obrigação de oferecer descanso àqueles que trabalham. Cada CNPJ vai decidir se paralisa ou não na data.
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Em compensação, nos lugares onde a data é considerada um feriado municipal, todos os trabalhadores têm o direito ao descanso. Caso seja necessário o expediente, a lei obriga a empresa a proporcionar uma folga em outro momento para compensar o dia.
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O termo ‘Corpus Christi’ quer dizer, em latim, ‘Corpo de Cristo’ – e em Portugal é chamado por ‘Corpo de Deus’, em português mesmo. A data é móvel, como a Páscoa ou o Carnaval, e é celebrada pela Igreja Católica na chamada quinta-feira da Santíssima Trindade, data que na liturgia católica representa o dia em que Jesus Cristo realizou a Santa Ceia e apresentou a eucaristia aos seus apóstolos e seguidores. Outra forma de calcular a data é contando 60 dias após o domingo de Páscoa.
Por sua vez, a eucaristia representa, para a Igreja Católica, a presença de Cristo no pão e no vinho que são compartilhados com os fieis na data. O pão, entregue no formato de hóstia, representa exatamente o Corpo de Cristo que batizou o feriado, enquanto o vinho representaria seu Sangue.
Mas nem tudo é simplesmente teológico. O feriado tem, também, uma história política. Foi instituído pelo papa Urbano IV em 8 de setembro de 1264, mais de um século após o episódio bíblico envolvendo Jesus Cristo e seus apóstolos. Na bula papal ‘Transiturus’, o papa Urbano IV instituiu a data que, além festas e procissões nas cidades, também previa a concessão de perdões nas igrejas aos fieis.
Quem redigiu o documento que instituiu a data e elaborou os ritos que decorrem do Corpus Christi foi o próprio São Tomás de Aquino, importante filósofo e teólogo italiano daquele século que, mais tarde, acabou beatificado. Mas o papa Urbano IV morreu logo após a instituição da festa, o que a fez cair em algum esquecimento. O feriado acabou instituído definitivamente quase 50 anos depois, em 1311, durante o Concílio de Vienne, na França.