RITA LEE

O verso de Rita Lee que a ditadura odiou, proibiu, mas que é sucesso absoluto

Censora errou ao afirmar que o verso tinha “duplo sentido”; ele tinha um sentido só mesmo

Rita Lee.Créditos: Capa/Divulgação
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A cantora, compositora e multi-instrumentista Rita Lee nunca foi de se meter muito em política de maneira explícita.

Mesmo assim, ela foi uma das autoras mais censuradas pela ditadura, que considerava suas canções como um atentado à moral da época.

Um de seus versos mais famosos foi cortado e citado explicitamente em um comunicado assinado pela “técnica de censura” Laura Bastos.

O documento afirma:

A letra musical em questão utiliza a expressão: “Me deixa de quatro no ato”, que, no contexto desenvolvido deixa margem para duplo sentido. Sendo assim, opino pela não liberação da mesma. Brasília, 12 de junho de 1980.

O verso faz parte da canção “Lança Perfume”, de Rita Lee e Roberto de Carvalho. Mais adiante, ela foi liberada e se tornou um dos maiores sucessos não só de Rita Lee, mas de toda a música popular brasileira.

Cabe aqui, no entanto, uma retificação ao parecer da censora, emprego abjeto que, graças à democracia, foi extinto. O verso “Me deixa de quatro no ato” não tem duplo sentido.

Tem um sentido só mesmo.

Veja abaixo algumas das canções de Rita Lee que foram censuradas:

  • Barriga da mamãe
  • Afrodite, que passaria a se chamar Banho de Espuma
  • Cor de Rosa choque
  • Lança Perfume
  • Bobagem
  • Papai, me empresta o carro
  • De leve, que cantou com Gilberto Gil
  • Gente fina é outra coisa
  • Posso perder minha mulher, minha mãe, desde que eu tenha o rock and roll
  • Perigosa, que cantou com As Frenéticas
  • x-21
  • Arrombou o cofre
  • Top Top
  • As duas faces de Eva
  • Moleque Sacana