BIENAL

Trabalhadores da Bienal de São Paulo denunciam más condições e assédio moral

“Ambiente sem ventilação adequada, falta de um revezamento para permitir até mesmo idas ao banheiro e atitudes de intimidação por chefes”; a Bienal respondeu

A Bienal de São Paulo.Créditos: Divulgação
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Uma carta aberta assinada por funcionários da Bienal de Arte de São Paulo e publicada nesta quarta-feira (18), na revista Select, denuncia más condições de trabalho no evento. O documento acusa organizadores do evento de praticarem salários abaixo do mercado, carga de trabalho excessiva entre outras práticas, entre elas assédio moral.

Os trabalhadores reclamam, entre outras coisas, de a organização submetê-los a condições de trabalho que tem efeitos nocivos à sua saúde física e mental, um ambiente sem ventilação adequada, da falta de um revezamento na equipe para permitir idas ao banheiro e de atitudes de intimidação por chefes.

Segundo o documento, a Fundação Bienal não tem atuado para garantir o respeito às leis de acessibilidade e diversidade que aplicou na elaboração do quadro de funcionários, o que contradiz a curadoria do evento.

"A forma de organização do trabalho dos profissionais da mediação e orientadores de público, reproduzida pela Fundação Bienal, perpetua as mesmas estruturas de violência que são denunciadas pelas artistas que compõem a Bienal", diz a carta.

Veja a íntegra abaixo:

 

A reposta da Bienal

A Fundação Bienal afirmou em nota que foi surpreendida pelas acusações e que nenhuma das lideranças do evento foi procurada pelo grupo de trabalhadores.

"Embora as acusações realizadas não tenham sido direcionadas para os departamentos adequados da maneira protocolar, e nem tenham sido endereçadas aos canais de denúncia existentes para esse fim, a Fundação se compromete a averiguá-las e adotar, se for o caso, as providências cabíveis."

A organização da Bienal diz ainda que oferece os melhores salários do mercado e atende às condições estabelecidas pelas leis trabalhistas. O evento também diz que vai investigar as acusações e que trabalhou com uma consultoria para elaborar uma política de acessibilidade e que atende à legislação sobre nomes sociais.

A Bienal de Arte de São Paulo acontece até o dia 10 de dezembro.

Veja a íntegra abaixo: