Há sete dias morria Jô Soares, aos 84 anos, após internação para tratar de uma pneumonia. Nesta sexta-feira (12), será celebrada pelo bispo Dom Fernando Antônio Figueiredo a sua Missa de Sétimo Dia, a partir das 19h, na Capela do Colégio Nossa Senhora de Sion, em São Paulo.
A igreja em que será realizada a missa fica na Avenida Higienópolis, 983, em frente ao apartamento onde Jô Soares morou por mais de três décadas em São Paulo.
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Não se sabe até o momento se a cerimônia será aberta ao público.
“É a homenagem carinhosa que suas confreiras e confrades prestam ao inolvidável criador, estupendo artista e brasileiro de irrepreensível ética”, diz o convite da APL (Academia Paulista de Letras), onde Jô era ocupante, desde 2016, da cadeira 33.
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Velório fechado
O velório do apresentador foi fechado. Apenas pessoas próximas de Jô Soares compareceram, como a cantora Zélia Duncan, o casal de jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin, o maestro João Carlos Martins e o médico Drauzio Varella com sua esposa, a atriz Regina Braga.
Depois da cerimônia, o corpo do apresentador foi levado para Mauá e cremado.
Sete histórias sobre Jô Soares
Muitas histórias envolvendo o multiartista Jô Soares foram reveladas ou relembradas desde a sua morte, na sexta-feira passada, dia 5 de agosto. Relembre abaixo algumas delas:
A última graça
Segundo Juca Kfouri, Flávia Pedras Soares, a grande companheira da vida de Jô, teria lhe contado durante o velório do humorista que, ao entrar no hospital, já muito debilitado, um médico teria perguntado a Jô se havia alguma visita que ele não gostaria de receber de nenhuma maneira.
A resposta de Jô, como não poderia deixar de ser, teria sido imediata, de bate-pronto, como costumavam surgir suas tiradas na televisão, e acompanhada de um largo sorriso: “Só o Bolsonaro”.
Perdoou responsável pela morte da mãe
Jô teve um encontro inusitado com o responsável pela morte trágica da mãe, a dona de casa Mercedes Pereira Leal, em 1968, quando o humorista tinha apenas 30 anos de idade.
“Mamãe morreu atropelada, num dia de chuva terrível. O motorista do táxi não teve a menor culpa. Ela tinha 70 anos. O motorista socorreu minha mãe e a levou para o hospital. Ele fez tudo certo. Só que ela teve uma fratura de base de crânio e não resistiu", contou Jô em 2015 em entrevista pelo Youtube ao jornalista Marcelo Bonfá.
Rolex e carro
O diretor Willem van Weerelt, que trabalhou com Jô Soares por mais de 28 anos, contou ainda que o humorista cuidava de todos que trabalhavam com ele. "Ele me deu de cinto a rolex, por exemplo. Para um rapaz que trabalhava na produção, eu vi ele dar um carro, porque o rapaz morava longe e ele o presenteou com um carro", contou.
Não tinha redes sociais
Jô avisou na última entrevista da sua vida, para o jornalista Marcelo Tas no programa Provoca, que não tinha contas nas redes sociais. Ele disse também que ficava chocado com as notícias falsas que surgiam envolvendo seu nome.
"Correu pela internet que eu tinha montado em casa uma UTI... o que recebi de telefonemas... (...) Não lido com a mentira. Não tenho rede social, não tenho Twitter. ", declarou ele.
“Achavam que a gente era caso”
O ator Eliezer Motta, um dos parceiros mais frequentes de Jô Soares, afirmou que muita gente os tratava como homossexuais nos anos 1980, em função dos personagens Capitão Gay e Carlos Suely. "Achavam que eu era gay e que a gente era caso”.
Único na Globo a abrir espaço
Em uma sequência de tuites no dia de sua morte, a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) homenageou Jô Soares e lembrou com carinho que o humorista, escritor, apresentador e multiartista foi o único na Rede Globo a abrir espaço para ela durante os ataques constantes que sofreu durante o golpe parlamentar de 2016.
Topava tudo
O saxofonista Derico, que participou do Programa do Jô durante 28 anos, relembrou aos prantos durante entrevista na GloboNews, momentos do programa em que fazia quadros de humor junto com o apresentador.
Muito emocionado, o músico afirma que Jô Soares topava todas as brincadeiras sem pestanejar: “’surpreenda-me’, olha isso, um cara como o Jô Soares, da capacidade do Jô Soares, chegar pra um moleque como eu e dizia isso”, exclama Derico.