A atriz Marieta Severo e o rapper Emicida foram sondados para assumir o ministério da Cultura antes da cantora baiana Margareth Menezes, mas não aceitaram o convite. De acordo com nota da Folha Ilustrada, o próprio presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria conversado com Severo.
Conforme informado pelo Blog do Rovai nesta sexta-feira (9), depois de dias de incertezas sobre o nome de quem vai comandar a pasta no governo Lula 3, o martelo foi batido: Margareth Menezes. A cantora e compositora baiana, de 60 anos, nascida em Salvador, foi confirmada por interlocutores ligados ao presidente Lula. Margareth foi o nome defendido pela primeira-dama, Rosângela Silva (Janja).
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A artista seria um perfil requisitado pelo próprio presidente Lula: mulher, negra e nordestina. Além disso, além de integrar a equipe de transição do governo, foi responsável pela criação da Associação Fábrica Cultural, em Salvador.
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Com a indicação de Margareth Menezes, Lula tenta repetir o mesmo simbolismo de quando nomeou Gilberto Gil em 2002. A gestão do compositor baiano é considerada um marco na área cultural.
Documento em apoio a Juca Ferreira
No mesmo dia em que o nome de Margareth teria sido confirmado nos bastidores, circulava pelos canais de WhatsApp um manifesto em favor do ex-ministro Juca Ferreira, que antes de ser ministro foi secretário executivo de Gil. O texto afirma que “nos últimos dias, vaza a informação, vinda da transição de governo, da possibilidade, segundo alguns, quase certa, da indicação de um artista para o Ministério da Cultura”.
De acordo com o documento, “a escolha, teria sido motivada, além de atender a ocupação de espaços para política de gêneros, a necessidade de uma GRIFFE nacional (artista) no cargo e em se tratando de Ministério da Cultura, porque não trazer a própria prata, pra brilhar em sua própria casa?!”
“O maior problema é que essa ‘casa’, no caso o ex-ministério da Cultura é terra arrasada desde 2017. Seu desmonte vem sendo continuo nos últimos quatro anos e sua retomada, promessa de campanha de Lula, requererá de seu titular, muita experiencia para fazer ressurgir uma máquina com graves perdas na sua regulamentação e gestão”, diz ainda o texto.
A partir de então, o texto faz a defesa contundente do nome de Juca Ferreira para o cargo e manifesta surpresa “quando acordamos com outros nomes e não o de Juca para ocupar a casa da Comunidade Cultural do Brasil”. O documento lembra que “a gestão de Juca Ferreira no MinC é divisor de águas na gestão da Cultura no Brasil. Trazido pela mão de um artista pensador, ex-Ministro Gilberto Gil, Juca Ferreira foi o grande executor de uma política nova, aberta, criativa e descentralizada para todo o país. Pela primeira vez o Brasil teve uma política cultural clara, com acesso a bens e recursos de governo para Cultura”.
Luiz Carlos Barreto
O fotógrafo e produtor Luiz Carlos Barreto, que também apoia Ferreira, enviou um conselho ao PT e ao presidente Lula pelo WhatsApp:
"Sou um produtor de cinema e militante em favor de um projeto cultural brasileiro. Eu acho que o Ministério da Cultura não deve ter um ministro artista. Como diz a Fernanda Montenegro, quando ela foi convidada por Sarney para ser ministra da Cultura —eu a fui sondar—, o lugar de artista é na trincheira da criatividade, não é nos gabinetes das repartições públicas, oficiais", diz Barreto.
"Foram seis anos de demolição. Esse ministro tem que ser um grande gestor, que conheça bem as entranhas de Brasília. Não tenho nada contra Margareth. Tenho tudo a favor de Margareth. É uma pessoa extraordinária e fará muita falta na criatividade", acrescenta o produtor.