Em agosto deste ano, o Ministério da Saúde identificou o primeiro caso da subvariante EG.5 do coronavírus, a variante Éris, uma mutação a partir da variante ômicron. Nas primeiras semanas do mês, a circulação da Éris resultou no aumento no número de casos no Brasil, inclusive de pessoas vacinadas.
A subvariante já teve casos confirmados pelo Ministério da Saúde em três estados: Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. Levantamentos da Associação Brasileira de Medicina diagnóstica (Abramed) e do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) mostram um crescimento no número de casos de Covid-19 de sete pontos percentuais entre o final de julho e a metade de agosto.
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Segundo dados do ITpS, os estados com maior crescimento de testes positivos de Covid-19, isto é, a taxa de infecção, foram Minas Gerais, com 21,4%, e Goiás, com 20,4%. As faixas etárias com percentuais de infecção mais elevados são as de 49 a 59 anos (21,4%); e acima de 80 anos (20,9%).
A vacinação não deveria conter a contaminação?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), "o risco para a saúde pública representado pela EG.5 é avaliado como baixo em nível global". Ela também foi classificada como "variante de interesse, grau inferior ao das "variantes de preocupação", que apresentam maior risco.
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O motivo para ela não ser associada a casos graves e mortes é a vacinação, que protege os imunizados de hospitalizações e óbitos. As vacinas atuam na melhora do sistema imune, treinando mecanismos de rápida resposta dos leucócitos, os glóbulos brancos responsáveis pela proteção do organismo contra infecções. Elas não bloqueiam a infecção, mas reduzem os sintomas.
"Ter a vacinação recente é mais importante do que tomar uma vacina com a composição exatamente igual à da variante que está circulando. Se o paciente tomou a última dose há um ou dois anos, por exemplo, a imunidade dele já caiu. Isso acontece principalmente em grupos imunossuprimidos", explica o infectologista Julio Croda, da Fundação Oswaldo Cruz.
As doses de reforço
O Ministério da Saúde já realizou campanha de duas doses monovalente e duas de reforço, sendo a mais recente a vacina bivalente. A bivalente foi recebida por apenas 15% de seu público alvo, em comparação com os mais de 50% da primeira dose de reforço. A pasta da Saúde reforça a necessidade do esquema vacinal completo no combate ao coronavírus.
A infectologista Carla Kobayashi descreve que, com o esquema vacinal completo, a pessoa vai "conseguir ter uma imunidade mais específica com a vacina bivalente, que tem aí um antígeno específico para variante ômicron, o que aumenta a proteção".
Segundo ela, o aumento dos caso pode ocorrer pela sazonalidade do vírus, pela coexistência de ser um vírus respiratório circulando e causando as infecções. Assim, a Éris pode aumentar o número de casos de contaminação, porém a pessoa não terá sintomas graves caso esteja com o esquema vacinal em dia.
Com informações do Valor Econômico e g1.