A incidência de diabetes infantil tipo 1 cresceu durante e após a pandemia de Covid-19, de acordo com estudo realizado pela JAMA Network Open. Antes da pandemia, a taxa de crescimento da doença em crianças e adolescentes era de 3% ao ano. O estudo percebeu um aumento de 14% no primeiro ano de pandemia e 27% no segundo ano, em comparação com níveis pré pandêmicos.
A revista americana analisou quase 103 mil jovens de até 19 anos. O período de observação durou 12 meses durante a pandemia e outros 12 no período anterior à pandemia. Desse montante, 38 mil foram diagnosticados com diabete tipo 1.
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A diabete tipo 1 se desenvolve pela incapacidade do pâncreas metabolizar a glicose ingerida nos alimentos. Isso porque o pâncreas produz pouca – ou nenhuma – insulina, o hormônio responsável por quebrar a glicose. Sem ser absorvida, a glicose circula em quantidade desreguladas na corrente sanguínea.
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O estudo ainda encontrou aumento de cetoacidose diabética, uma complicação metabólica ligada a diabetes que pode levar à perda significativa de líquidos e eletrólitos. O crescimento foi de 26% após o primeiro ano da pandemia. Além disso, a diabetes tipo 2 também foi observada no estudo, embora não tenham sido registradas as taxas de incidência.
Pesquisadores buscam entender os mecanismos que resultaram nesse crescimento de casos. Segundo a BBC, uma das hipóteses levantadas sugere que o aglomerado de células responsáveis pela produção de insulina, as ilhotas de Langerhans, são atacadas por engano pelas células imunológicas, que estariam buscando pelo coronavírus.
Outra hipótese envolve a exposição das crianças e adolescentes a germes e bactérias. Com o lockdown e as medidas de isolamento social durante a pandemia, os jovens estiveram pouco expostos a agentes que instigariam respostas do sistema imune. Assim, a proteção do corpo poderia não estar bem treinada.