De acordo com números levantados pelo grupo Observa Infância, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma criança com menos de cinco anos morre no Brasil de Covid-19 a cada dois dias.
Os números desmentem o presidente Jair Bolsonaro (PL), que declarou na última sexta-feira (14), que “a molecada não sofre com o vírus”:
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“A molecada não sofre com vírus. Você não viu moleque morrendo de vírus por aí. O que aconteceu: o moleque teve traumatismo craniano, caiu de bicicleta. Botavam em um leito UTI Covid, porque ele recebia por dia meu R$ 2 mil. Botou lá, se o cara morreu de traumatismo, tinha que botar Covid”, disse o presidente.
Por conta dos óbitos, especialistas fazem críticas contra a demora do Ministério da Saúde em liberar a vacina para essa faixa etária, mesmo já tendo o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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Mortes e internações por Covid
Entre 4 de setembro e 1 º de outubro, foram registradas 17 mortes por Covid entre menores de cinco anos no Brasil. No período, foram hospitalizadas 437 crianças por complicações da doença no país.
A curva de hospitalizações e de mortes por Covid vem caindo em todas as faixas etárias desde junho, mas entre as crianças menores de 5 anos, a queda é mais lenta.
“Essas crianças continuam muito vulneráveis porque o vírus continua circulando. A vacina impede a manifestação das formas graves e boa parte dos óbitos, mas, ainda assim, o vírus circula. E a criança não vacinada tem sido, sim, impactada”, disse o pesquisador e coordenador do grupo, Cristiano Boccolini.
A vacina já foi aprovada pela Anvisa há quase um mês, mas o governo federal ainda não dá prazo para chegada das doses e para início da aplicação da vacina da Pfizer para crianças de 6 meses a 4 anos, mesmo com um contrato em vigor com a farmacêutica para fornecimento de vacinas até o final deste ano.
O Ministério da Saúde nunca demorou tanto para tomar uma decisão sobre a incorporação e aplicação de uma vacina para o público infantil como acontece agora.
Outro lado
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, é o responsável por dar a palavra final em relação à vacinação dos pequenos, passando ou não pela Conitec.
Em entrevistas e aparições públicas recentes, Queiroga tem silenciado ou limitado as respostas sobre o assunto, assim como outros integrantes da sua equipe, como secretários e assessores próximos.
Com informações do G1