Coronavírus mata 60% mais negros que brancos em São Paulo
Estudo realizado pelo Instituto Pólis indica que entre março e julho deste ano ocorreram 250 mortes de pessoas negras por covid a cada 100 mil habitantes na capital paulista, enquanto as mortes de pessoas brancas foram 158 para cada 100 mil
Aquele argumento de que “o coronavírus é democrático e mata pobres e ricos por igual” mostra ter cada vez menos pé na realidade, quando se analisam estatísticas como as apresentadas nesta terça-feira (25), em um estudo do Instituto Pólis.
Segundo o levantamento que analisou as mortes pela infecção covid-19 (causada pelo novo coronavírus) registradas na cidade de São Paulo entre março e julho deste ano. A pesquisa observou que a população negra paulistana registra 60% mais mortes que a população branca da cidade, durante o período estudado.
Os dados mostram que houve 250 óbitos de pessoas negras pela doença em cada 100 mil habitantes de São Paulo. Porém, entre os brancos essa estatística é bem menor: 157 óbitos para cada 100 mil habitantes.
Entre as mulheres, a diferença também é evidente: 140 mulheres negras em 100 mil habitantes, enquanto entre as mulheres brancas há 85 mortes a cada 100 mil.
A análise também leva em consideração que a população negra é a maioria da classe trabalhadora e assalariada do Brasil, e por isso também se trata de pessoas com menor acesso à saúde e ao saneamento básico, o que provavelmente implica em uma maior exposição ao contágio pelo vírus.