Com a crescente interferência de satélites em observações astronômicas, a NASA propõe um radiotelescópio inovador no lado oculto da Lua. A missão pode marcar uma nova era na exploração do cosmos.
A NASA estuda a instalação de um radiotelescópio gigante em uma cratera lunar de aproximadamente 1,6 km de diâmetro. O projeto, batizado de Radiotelescópio da Cratera Lunar (LCRT), visa driblar a poluição eletromagnética causada por satélites privados, como os da constelação Starlink.
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Tecnologia robótica e localização estratégica
O telescópio seria construído por robôs e usaria uma malha metálica suspensa dentro de uma cratera, seguindo o modelo do antigo Arecibo, mas agora protegido da radiação solar e da atmosfera. A cratera exata, de 1,3 km, já foi escolhida no hemisfério norte lunar, mas sua localização permanece em sigilo.
Além de preservar a radioastronomia, o LCRT poderia captar sinais com comprimentos de onda ultralongos, essenciais para entender a 'era das trevas cósmicas'. Esses sinais não atravessam a atmosfera terrestre e ajudariam a estudar matéria escura, inflação cósmica e hidrogênio neutro.
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Radioastrônomos alertam que o aumento de satélites pode atingir um ponto crítico em que certas frequências se tornem inutilizáveis. Um telescópio no lado oculto da Lua garantiria ambiente livre de ruído para observações profundas do universo.
Um protótipo do LCRT está sendo testado na Califórnia. Se aprovado, o projeto pode ser lançado já na década de 2030, com custo estimado em US$ 2,6 bilhões. Missões como a do módulo Odysseus, em 2024, já coletaram sinais de rádio na Lua, mas com limitações por estarem voltadas à Terra.