Em novembro de 2024, o governo norte-americano autorizou uma startup de "mineração espacial de asteroides", a Astroforge, a lançar, no início de 2025, uma missão em conjunto à SpaceX, que consiste em enviar uma sonda de 200 quilos ao espaço para atracar em um asteroide de composição metálica.
Como noticiou a Fórum, a missão Odin, com investimento avaliado em US$ 55 milhões, "pega carona" na Intuititve Machines, da SpaceX, que tem como destino a lua — mas o destino final da primeira é, na verdade, um asteroide.
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A empresa, que recebeu sua licença para operar comercialmente no espaço profundo pela Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC), deu início à missão Odin nesta quarta-feira (26).
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A ideia é extrair dos asteroides metais preciosos, como ouro, platina, cobre e tungstênio (que apresenta o maior ponto de fusão entre os metais, com diversos usos nas indústrias eletrônica, de armamentos e na radiologia).
O asteroide em vista é o 2022 OB5, do tipo M, uma classe de asteroides conhecida por conter grandes quantidades de metal.
O 2022 OB5 é relativamente pequeno — com um diâmetro estimado entre 3 e 13 metros — e é considerado um NEO (Near-Earth Object, isto é, um objeto celeste próximo à Terra). No dia 5 de agosto de 2022, sua posição atingiu 1.015.977 km de distância do nosso planeta.
Agora, a missão Odin quer sobrevoá-lo para avaliar seu potencial de mineração, acreditando que ele seja rico em platina, um metal de transição raro e resistente à corrosão.
A platina é usada em catalisadores industriais, para o refinamento de petróleo e a fabricação de fertilizantes, além de ter um papel importante na eletrônica — devido à sua alta condutividade e resistência.
Na medicina, pode ser usada em implantes cirúrgicos e em medicamentos quimioterápicos (como o cisplatina, um composto utilizado no tratamento de câncer por interferir no DNA das células cancerígenas).
Um asteroide de 500 metros de largura pode conter 175 vezes a produção global anual de platina, afirma o MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts).
A pequena nave espacial da AstroForge deve viajar ao lado do módulo lunar Athena, da Intuitive Machines, que leva 5 dias para atingir o lado distante da lua.
Depois, será desacoplada e passará cerca de 300 dias “vagando” no espaço profundo, até ser capaz de se aproximar do asteroide.
Este ano, o 2022 OB5 está na constelação de Hidra, a uma distância maior da Terra: cerca de 6.292.754 km. Equipada com uma câmera óptica, a Odin deverá transmitir as imagens de seu percurso para a Terra, onde a equipe da AstroForge monitora a missão.
Cogitado há mais de uma década, o empreendimento da mineração espacial é dispendioso e requer um alto investimento, sem garantias de sucesso.
Se for bem sucedida, no entanto, a Odin pode ser uma das primeiras missões a tornar viável a mineração espacial, aproximando a humanidade do acesso a "recursos de outros planetas", disse a AstroForge em comunicado.
