ENERGIA NUCLEAR

Energia do futuro: "Sol artificial" chinês alcança marco e supera recorde mundial em fusão nuclear

Tal como as explosões solares de altíssima temperatura, o "sol artificial" chinês consegue gerar plasma, uma espécie de "gás ionizado" formado por partículas altamente carregadas de energia — e uma potente e promissora fonte de energia limpa

Reator nuclear EAST.Créditos: free source
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A China tem um incrível "sol artificial": é um enorme reator de fusão nuclear (Tokamak), capaz de gerar energia no "quarto estado da matéria" — o plasma. Ou seja, a partir da fusão de núcleos atômicos

Tal como as explosões solares de altíssima temperatura, o "sol artificial" chinês consegue gerar plasma, uma espécie de "gás ionizado" formado por partículas altamente carregadas de energia — e uma potente e promissora fonte de energia limpa.

O Supercondutor Experimental Avançado Tokamak (EAST), da China, foi construído pelo Instituto de Física Plasma em parceria com a Rússia, na década de 1990; desde então, tem atingido diversas métricas positivas na geração de plasma. 

Em 2007, por exemplo, conseguiu "manter" o plasma por quase cinco segundos, o que gerou correntes de até 500 quiloamperes de energia.

O EAST alcançou, na segunda-feira (20), o incrível marco de 1.066 segundos na manutenção de um "plasma confinado" estável, incrivelmente potente. Esse marco supera o antigo recorde mundial de 403 segundos.

Os reatores Tokamak, como o EAST, são dispositivos projetados para realizar fusão nuclear controlada (imitando o processo que ocorre no interior do sol). Esses reatores utilizam campos magnéticos poderosos para gerar e manter o plasma confinado, o que é desafiador devido à enorme potência e dificuldade de estabilização desse estado super energético.  

Gerar energia como o sol significa fundir dois átomos leves num único átomo, processo que só é possível sob altos níveis de temperatura e pressão — duas coisas que o sol tem muito mais do que a Terra, mas que o supercondutor tem tentado reproduzir. 

Apesar do enorme avanço científico, a geração de energia por fusão nuclear ainda é um passo distante na superação dos efeitos climáticos: grande parte dos reatores de fusão nuclear em atividade atualmente ainda consomem muito mais energia do que geram, informa a revista Live Science, por se tratar de um processo dispendioso e tecnicamente complexo.

Um outro reator, ITER, que está em construção no sul da França, promete ter o ímã mais poderoso do mundo, e tem previsão para ser acionado em 2039. Estima-se que o ITER possa abrir caminho para uma energia gerada diretamente de "usinas de fusão". Ele pretende, portanto, ser capaz de gerar mais energia do que é capaz de consumir.

O reator francês tem como meta produzir até 500MW de potência de fusão a partir de apenas 50MW de energia, de forma contínua.

 

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