Chamada de "cápsula futurista" por sua aparência instigante, uma mistura de caixão com nave espacial, a cápsula Sarco é, na verdade, uma câmara de gás apertada.
A tecnologia foi desenvolvida por Philip Nitschke, o fundador do grupo Exit International (que tem advocado pelo direito ao suicídio assistido há décadas), e produzida a partir de uma impressora 3D.
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A máquina foi usada pela primeira vez na segunda (23) em Schaffhausen, um cantão da Suíça com pouco mais de 30 mil habitantes. Sua “usuária" foi uma norte-americana de 64 anos que sofria de grave comprometimento do sistema imunológico, de acordo com a CBS News.
Várias pessoas que participaram do evento foram detidas pela polícia local e agora respondem sob a suspeita de incitação ao suicídio. Uma dessas pessoas é um fotógrafo que pretendia capturar a cena, descrita por um espectador (o co-presidente da fundação The Last Resort, que se diz uma nova organização de direitos humanos da Suíça) como pacífica, rápida e digna.
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Apesar de ser uma prática legal na Suíça, o suicídio assistido está sujeito a legislações rígidas e restritivas. O país proíbe, por exemplo, o uso da eutanásia, e submete os solicitantes a avaliações médicas e períodos de espera por vezes longos. A substância letal permitida para o procedimento assistido costuma ser uma overdose de medicamentos que são administrados pela própria pessoa, para garantir que o processo seja voluntário e não receba qualquer tipo de influência externa.
Mas como funciona a cápsula Sarco?
A Sarco, uma tecnologia de fácil manejo e inteiramente administrada por civis, gerou controvérsia entre críticos e autoridades da Europa.
Ela funciona como uma câmara de gás que pode ser controlada pelo usuário por dentro: ao apertar o botão de início, que libera um grande volume de nitrogênio, o usuário passa a sentir dificuldade de respirar e sua oxigenação diminui rapidamente até deixá-lo inconsciente e, finalmente, induzir sua morte.
O processo dura em torno de 10 minutos e conta com um botão de emergência que pode interrompê-lo a qualquer momento.
Agora, discute-se a legalidade dessa espécie de método, além dos perigos de facilitar e automatizar o procedimento, que nem mesmo precisaria ser assistido.