O serviço de internet via satélite no Brasil ganhou um novo player na semana passada, com a aprovação das operações de uma empresa de tecnologia africana.
A E-Space foi autorizada pela ANATEL, após pagamento do sinal exigido pelo órgão (no valor de R$20 mil), a usar até 8.640 satélites na órbita baixa da Terra para operar no mercado brasileiro.
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É o dobro da quantidade hoje disponível para a Starlink, empresa de Elon Musk, que só tem autorização para utilizar até 4.400 satélites.
A Starlink era responsável, em 2023, por 4,7% do mercado brasileiro de internet via satélite (que corresponde a 0,9% de todo mercado nacional de internet, em que prevalece a internet cabeada). Em julho de 2024, passou a ser 45,9% de todo o mercado, uma subida meteórica, de acordo com dados da Anatel apresentados pela BBC Brasil.
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A internet via satélite é voltada à utilização em áreas remotas, que não contem com uma infraestrutura física de apoio (como cabos de fibra óptica, postes de energia etc.). Hoje, a Starlink fornece serviços para diversas alas do governo brasileiro, como a Marinha, o Ministério da Saúde e a Funai (Fundação Nacional do Índio).
Não se sabe ainda quantos serão os satélites da E-Space, empresa de Ruanda, a oferecer o serviço no Brasil, mas a solicitação de expansão feita pela empresa de Musk (que queria uma adição de 7.500 satélites) ainda não foi autorizada pela Anatel.
Se cumprir com o potencial da sua permissão, portanto, a E-Space pode se tornar a maior rede de comunicação via satélite no Brasil. Esse movimento não necessariamente faz parte de uma estratégia de revanche do governo brasileiro a Musk em vista da recente batalha judicial travada entre Moraes e o X, rede social adquirida pelo empresário, mas vale ficar de olho.