CIÊNCIA

Satélite brasileiro é o mais antigo do espaço; entenda

Descubra como o SCD-1 se tornou o objeto mais antigo em funcionamento no espaço e o que o torna especial

o Satélite de Coleta de Dados 1, ou SCD-1, se tornou o objeto mais antigo em operação no espaço até hoje.Créditos: Pixabay/8385
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Há 30 anos, o Brasil conquistava um marco importante na sua história espacial com o lançamento bem-sucedido do Satélite de Coleta de Dados 1, ou SCD-1, que se tornou o objeto mais antigo em operação no espaço até hoje. Esse satélite, que foi lançado em 9 de fevereiro de 1993, desempenhou um papel fundamental na coleta de dados ambientais e no desenvolvimento das capacidades espaciais do país.

A história do satélite 

O SCD-1 foi lançado a partir do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, a bordo de um avião B52 da NASA. Ele foi colocado em órbita a uma altitude de 750 km e sua missão inicial era operar por apenas um ano. No entanto, surpreendentemente, o SCD-1 continua funcionando depois de três décadas, superando até mesmo o satélite japonês Geotail, que encerrou suas operações em novembro de 2022.

A longevidade notável do SCD-1 é atribuída à sua simplicidade e robustez, juntamente com a alta qualidade de seu projeto e componentes. Em uma entrevista ao G1, o pesquisador Adenilson Roberto da Silva, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o SCD-1 foi projetado especificamente para coleta de dados, não necessitando de recursos avançados de estabilização.

Ao contrário de satélites mais modernos, o SCD-1 utiliza um princípio de estabilidade por rotação, o que significa que sua estabilidade é mantida através da rotação, sem a necessidade de um computador de bordo complexo ou softwares sofisticados. Esse design simples, combinado com componentes de alta qualidade, permitiu que o SCD-1 continuasse em operação por tanto tempo.

Papel crucial 

O SCD-1 desempenha um papel crucial na coleta de dados ambientais, incluindo informações meteorológicas como chuvas, vento, umidade do ar e níveis de rios. Esses dados são utilizados para previsões do tempo e são vendidos para uma variedade de usuários, incluindo empresas, universidades, institutos de pesquisa e centrais elétricas.

Além do SCD-1, o Brasil lançou com sucesso seu irmão mais novo, o SCD-2, em 1998. Ambos fazem parte da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), criada em 1979, com o objetivo de promover a pesquisa científica e a geração de tecnologia espacial no país.

Enquanto o SCD-1 continua a transmitir dados valiosos, seu legado permanecerá como um símbolo do progresso e da competência do Brasil na exploração espacial, marcando três décadas de contribuições significativas para a ciência e a tecnologia.