REDE DO ÓDIO

Rede X: atualização de app permitiu acesso à plataforma de Musk no Brasil, segundo Anatel

O STF afirmou que está checando o que está acontecendo e que "aparentemente é apenas uma instabilidade no bloqueio de algumas redes".

Bolsonaro e o general Paulo Sergio Nogueira, ex-ministro da Defesa, em honraria a Elon Musk.Créditos: Reprodução / Rede X
Escrito en TECNOLOGIA el

O acesso à rede X, de Elon Musk, no Brasil por alguns usuários ocorreu por causa de uma atualização do aplicativo, segundo fontes da Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel, ouvidos pelo jornal O Globo.

A atualização teria sido colocada em redes de servidores, os chamados CDNs (Redes de Entrega de Conteúdo), pela plataforma do bilionário nesta quarta-feira (18). Isso teria restabelecido o acesso de usuários do Brasil à rede X.

A Anatel ainda está avaliando o que realmente aconteceu para que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que bloqueou a plataforma no país volte a vigorar.

A plataforma está suspensa no país desde o dia 30 de agosto, quando Moraes afirmou na decisão que Elon Musk é um "criminoso", que atua "fora da lei" e que usa o "X" para corroer instituições e dar guarida para "milícias digitais" e "discursos nazistas". 

O ministro intimou o bilionário e deu prazo de 24 horas para que ele indicasse um novo representante legal da rede no Brasil - pela Constituição brasileira, uma empresa não pode operar sem que tenha um representante legal no país. Como Musk recusou-se, a rede X foi suspensa.

No entanto, na manhã desta quarta, muitos usuários relataram no BlueSky que o X teria voltado. A Fórum confirmou, por meio de aplicativo Android, que a rede voltou a ficar disponível no Brasil.

À Folha, o STF afirmou que está checando o que está acontecendo e que "aparentemente é apenas uma instabilidade no bloqueio de algumas redes".

Plenário

Após a decisão da 1ª Turma do STF, o partido Novo entrou com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) contra a decisão de Moraes.

Na ação, que é embasada pelo jurista André Marsiglia, o Novo repete a ladainha bolsonarista comparando o Brasil com "ditaduras" como "China, Irã e Rússia".

"A Suprema Corte deve manter uma postura de autocontenção para evitar que a imagem internacional do Brasil seja prejudicada por medidas inconstitucionais para a inclusão do país ao lado de nações ditatoriais de repressão aos pensamentos de seus cidadãos, como China, Irã e Rússia", diz o texto.

O caso foi sorteado e está sendo relatado na corte pelo bolsonarista Kássio Nunes Marques, que já manifestou que vai levar a ação para análise do plenário da casa.

"A controvérsia constitucional veiculada nesta arguição é sensível e dotada de especial repercussão para a ordem pública e social, de modo que reputo pertinente submetê-la à apreciação e ao pronunciamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal", diz Nunes Marques, que também pediu parecer à Procuradoria-Geral da República (PGR).