A desconfiança em empresas responsáveis pelas principais redes sociais do mundo vem tomando formas, não só no Brasil, mas em diversos países. “Temos cada vez mais evidências de que nossos ecossistemas de informação são tóxicos e que o surgimento das mídias sociais nesta última década contribuiu significativamente para isso”, disse Melissa Fleming, subsecretária-geral da ONU para Comunicações Globais nesta terça-feira (30).
Ontem (1), aconteceu o seminário “Integridade da Informação – Combate à Desinformação, ao Discurso de Ódio e às Ameaças à Democracia”, no G20, e Melissa participou dele. Defensora da regulação urgente das plataformas digitais, a também jornalista americana afirma que a autorregulação se mostrou insatisfatória. Portanto, é responsabilidade dos governos e organizações intervir contra as práticas abusivas das grandes empresas de tecnologia.
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“É possível regular a internet mantendo a liberdade de expressão. Se deixarmos as plataformas cumprirem apenas suas próprias regras, não chegaremos a um ecossistema de informações saudável, porque elas não cumprirão”
Melissa afirma que a defesa da regulação está em consonância com os acordos de direitos humanos da ONU. "A principal preocupação desde o início foi evitar fornecer uma desculpa para os governos que estão restringindo a internet e prendendo indivíduos por expressarem suas opiniões online. Não podemos comprometer a liberdade de expressão ao lidar com os perigos da desinformação. É um equilíbrio delicado”.
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A ONU acredita que precisamos de sistemas de segurança que permitam a liberdade de expressão e que os fatos devem prevalecer sobre as mentiras. No entanto, a responsabilidade não recai apenas sobre as grandes empresas de tecnologia. “Se focarmos apenas nas plataformas, não estaremos considerando todo o ecossistema. É necessário abordar também os anunciantes, que devem aderir a certos padrões, bem como as empresas de relações públicas e os Estados-membros.”