APROVADO EM COMISSÃO

Marco Legal dos Games retira "jogos de fantasia" de regulamentação

Jogos permitem que usuários montem um time de futebol fictício com jogadores de uma competição real e ganhem pontos com base no desempenho dos atletas

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Após a aprovação do texto substitutivo que regulamenta a indústria de jogos eletrônicos no país pela Comissão de Educação e Cultura (CE) do Senado Federal, nesta terça-feira (27), o PL 2796/2021, conhecido como Marco Legal dos Games, assume uma nova direção, trazendo mudanças significativas para o setor. A proposta, construída pela Senadora Leila Barros (PDT-DF), não apenas aprofunda os mecanismos e oportunidades para a formulação de políticas públicas voltadas à formação, mas também incentiva a atividade econômica no setor.

Uma das principais mudanças promovidas pelo Marco Legal dos Games foi a retirada dos Fantasy Games ou jogos de fantasia do escopo regulatório. Estes jogos, que foram inicialmente abordados por um projeto voltado para a regulamentação do mercado de apostas esportivas online, permitem que usuários montem um time de futebol fictício com jogadores de uma competição real e ganhem pontos com base no desempenho dos atletas. Essa decisão representa uma flexibilização no entendimento do escopo regulatório, permitindo maior liberdade para esse segmento específico.

Márcio Filho, presidente da Associação de Desenvolvedores de Jogos Digitais do Estado do Rio de Janeiro (RING), destaca que a iniciativa reconhece e impulsiona o setor de jogos no país. Com o novo texto, há a proposta de elaboração do Código Nacional de Atividade Econômica e a criação do Código Brasileiro de Ocupações para identificar empresas e profissões ligadas aos jogos eletrônicos. Essa medida coloca o Brasil em sintonia com práticas adotadas por outros países, além de abrir a possibilidade de incentivos para áreas até então não reconhecidas.

Incentivos fiscais

A proposta, ao definir os jogos eletrônicos como pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, oferece ao setor acesso aos incentivos da Lei Rouanet e da Lei do Bem. O Ministério da Ciência e Tecnologia destaca que empresas poderão abater até 80% dos investimentos em jogos eletrônicos na base de cálculo do Imposto de Renda e da CSLL. Além disso, outras vantagens incluem a redução de 50% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre máquinas e equipamentos utilizados no desenvolvimento, além da depreciação acelerada de equipamentos e insumos.

A proposta também apresenta um capítulo específico para lidar com a proteção dos interesses de crianças e adolescentes no âmbito do setor de jogos eletrônicos. Empresas serão obrigadas a implementar painéis de monitoramento para casos de abuso, assédio e outras ilegalidades. Essa medida representa um avanço significativo na regulamentação do ambiente, colocando o setor de jogos brasileiro na vanguarda global.

A proposta agora avança para a aprovação no plenário do Senado Federal e, posteriormente, será encaminhada para apreciação na Câmara dos Deputados. O texto aprovado demonstra sensibilidade às demandas do mercado, estabelecendo medidas para proteger os interesses de crianças e adolescentes, além de promover um ambiente mais seguro e ético. Espera-se que essas mudanças coloquem o setor de games brasileiro em novos patamares de crescimento, inovação e reconhecimento internacional.

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