SISTEMA SOLAR

Meteorito encontrado na África contém mineral que esteve na origem do sistema solar

O mineral é fruto de um derretimento na nebulosa solar e pode ter 4,6 bilhões de anos

Meteorito North West Africa (NWA).Créditos: free source
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A krotita (CaAl2O4) é um mineral de baixa pressão formado por condensação ou cristalização em um derretimento na nebulosa solar — a nuvem de gás e poeira interestelar que deu origem ao nosso sistema solar —, de acordo com um artigo da Arizona State University. 

Esse mineral foi primeiro identificado em 2011, como parte de um meteorito, o NWA 1934, encontrado no Marrocos. Seu nome foi aprovado em homenagem a um pesquisador da Universidade do Havaí, Alexander N. Krot, pela Associação Mineralógica Internacional (IMA, na sigla em inglês).

A ocorrência desse mineral na Terra tem uma natureza científica inestimável: acredita-se que seja um dos primeiros formados no sistema solar, fruto de condições extremas que remontam à história do nascimento do sistema.

Ele deve ter vagado durante bilhões de anos pelo espaço antes de atingir a Terra, tendo sido formado em um disco protoplanetário há pelo menos 4,6 bilhões de anos — a idade estimada do sistema solar.

Sua estrutura é um indicativo do que formava o material cósmico do sistema solar quando este ainda era jovem — e pode ser a chave para entender os processos de cristalização e condensação nas nebulosas, nuvens de gás e poeira como a que deu origem ao sistema solar, quando seu núcleo central atingiu temperaturas e pressões tão altas que desencadearam reações de fusão nuclear capazes de formar o corpo celeste. 

A krotita, descoberta no meteorito extraterrestre que atingiu o norte da África, é composta por cálcio, alumínio e oxigênio (CaAI2O4), e sua estrutura atômica é similar à de um componente sintético encontrado em alguns tipos de concreto, em cimento de aluminato de cálcio. 

Esses materiais estão presentes, além disso, em meteoritos primitivos, os mais antigos conhecidos no sistema solar.

Isso indica que, para ser formada, seus componentes devem ser expostos a temperaturas altíssimas, que atingem até 1.500°C. Também aponta para sua formação anciã, que deve datar dos primórdios do sistema solar, no estágio inicial da nebulosa — antes mesmo da formação dos corpos planetários que habitam nosso sistema.

Estudar minerais como a krotita pode ajudar a compreender os processos de acreção, fusão e diferenciação que levaram à formação dos planetas e permite aos cientistas montar um panorama mais detalhado de como o sistema solar evoluiu desde uma nuvem primordial de gás e poeira até a formação dos planetas e outros corpos celestes.

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