Uma bateria movida a energia nuclear pode ser uma das revoluções energéticas mais importantes das últimas décadas.
De acordo com pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, a primeira bateria movida a energia do mundo é capaz de fornecer energia para dispositivos por milhares de anos a partir de carbono-14, elemento cuja sobrevida alcança até 5.700 anos.
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A bateria de energia nuclear funciona assim: um diamante (que é composto exclusivamente de carbono em sua forma cristalina cúbica, aquela que permite ligações covalentes entre seus átomos) é posicionado perto de uma fonte radioativa. Ali, ele é capaz de produzir eletricidade de maneira espontânea, sem que seja necessária nenhuma espécie de movimento externo.
Um ímã gira, então, através de uma bobina, criando um campo magnético capaz de produzir uma corrente elétrica. O movimento dos elétrons é instigado pela radiação gerada no contato, de forma similar ao que ocorre com a energia solar — que usa células fotovoltaicas capazes de transformar fótons em eletricidade.
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A primeira bateria dessa espécie foi testada em 2017, num protótipo que usava como fonte de radiação o níquel-63 (que emite radiação beta).
Agora, de acordo com um comunicado da Universidade de Bristol, de 4 de dezembro, o projeto ganhou o carbono-14 como material de origem, capaz de emitir radiação de curto alcance e de rápida absorção. Esse detalhe é importante, dado que o carbono-14 oferece riscos caso entre em contato com o organismo humano; por ser, entretanto, absorvido de maneira mais rápida por materiais sólidos, é mais indicado e "não há nada que possa oferecer mais proteção", afirma o comunicado.
Com essa bateria, é possível fornecer energia para eletrônicos diversos, dispositivos de uso médico (como máquinas de raio-X) e até viagens espaciais (no rastreio de dispositivos e cargas úteis a partir de radiofrequência), de acordo com os cientistas.
No momento, essa bateria, que pode significar um avanço considerável nas formas de geração e utilização de energia — com uma vida útil que pode chegar a até 5 mil anos, estimam os pesquisadores —, está em testes numa plataforma de deposição de plasma em Abingdon, Oxfordshire, no Reino Unido, desenvolvida pela Universidade de Bristol em conjunto à Agência de Energia Atômica do Reino Unido (UKAEA).