No décimo segundo ataque à infraestrutura elétrica da Ucrânia, a Rússia deixou hoje quase a metade da população ucraniana sem energia ao menos temporariamente, segundo cálculos do governo em Kiev.
Desta vez, Moscou aparentemente não usou o míssil balístico intermediário Oreshnik.
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Sempre de acordo com o governo ucraniano, foram lançados 193 drones e 94 mísseis, mirando especialmente as fontes de energia -- justamente quando as temperaturas estavam abaixo de zero (menos 4 graus em Kiev).
O presidente Volodymyr Zelenski disse que 81 dos 94 mísseis foram abatidos, inclusive com o uso de caças F-16.
Neste ataque a Rússia usou distintas fontes de origem para os mísseis, possivelmente para dificultar a defesa ucraniana.
Foi uma resposta ao uso de mísseis estadunidenses ATACMS contra o aeroporto de uma cidade russa banhada pelo mar de Azov.
A Polônia, que tem se comportado de maneira extremamente agressiva em resposta a Moscou, confirmou que acionou sua defesa área e colocou no ar caças supostamente para se defender de eventual erro de pontaria.
Dentre os alvos de Moscou estavam as termelétricas da empresa privada DTEK, cujo CEO Maxim Timchenko reagiu:
Enquanto os ucranianos acordam para o dia mais frio do inverno até agora, o inimigo tenta quebrar nosso espírito com este ataque terrorista cínico.
Avanço em solo
Ao mesmo tempo, tropas russas estão agora a apenas 5 quilômetros de Pokrovsk, uma cidade que é chave para o abastecimento de tropas na frente de batalha do Leste do país.
O avanço provocou a suspensão das operações de uma das maiores minas de carvão da Ucrânia, o que pode fazer desabar a produção anual de aço do país -- de 7,5 milhões de toneladas para 2 a 3 milhões.
O tom da cobertura sobre a guerra nos jornais ucranianos assumiu ares dramáticos.
O Kiev Post citou o alerta publicado em reportagem do New York Times:
Pokrovsk fica em uma estrada importante que liga várias cidades que formam um arco defensivo contra os avanços de Moscou e é a última grande cidade na parte central da região de Donetsk que permanece sob o controle de Kiev.
Com a posse de Donald Trump, aliados europeus insistem em pressionar Moscou de todas as formas, dizendo que a entrada da Ucrânia na aliança militar ocidental é "irreversível".
O governo Biden está reforçando o cerco à exportação de petróleo e gás pela Rússia e a Ucrânia anunciou que vai cortar totalmente a passagem de gás russo por seu território a partir de primeiro de janeiro de 2025.
As torneiras permaneciam parcialmente abertas por conta da dependência europeia, que agora está em apenas 5% do consumo.
O gás russo que passa pela Ucrânia abastece parcialmente a Moldávia, Romênia, Polônia, Hungria e Eslováquia. A Moldávia declarou "estado de emergência" para enfrentar a situação.