TELESCÓPIO

Maior telescópio do mundo está sendo construído na América do Sul

Espera-se que a primeira captação oficial de luz a partir do ELT seja feita em 2028, após os devidos testes de calibração e verificação desse enorme aparato

Construção do maior telescópio do mundo (ELT).Créditos: free source
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O maior telescópio do mundo está sendo construído em uma montanha do Atacama, no Chile.

A construção do Extremely Large Telescope (ELT), o "telescópio extremamente grande", em tradução livre, foi iniciada em 2017, quando a primeira pedra foi posicionada, na cerimônia de abertura aos trabalhos, sobre o topo da montanha Cerro Armazones, na Cordilheira dos Andes. 

A montanha foi a escolhida para o projeto de proporções surpreendentes por sua localização privilegiada para observações astronômicas — lá, o "céu limpo" predomina, e pode ser até 89% livre de nuvens.

O ELT é parte de um programa do Observatório Europeu do Sul (ESO), com um orçamento estimado de até 1,3 bilhão de euros, e deve ser capaz de identificar planetas terrestres em zonas habitáveis de estrelas e outras formações de características físicas relevantes. 

O topo do Cerro Armazones teve de passar por demolições para o nivelamento do seu solo — pelo menos 18 metros foram retirados de sua altura original, a mais de três mil metros acima do mar, para que ele fosse capaz de receber o telescópio gigante.

O espelho elíptico primário do ELT, responsável por captar a luz de objetos distantes e refleti-la em direção ao ponto focal, onde a imagem pode ser ampliada e observada, mede 39 metros. Ele é composto por 798 segmentos hexagonais, cada um deles a medir mais de um metro de altura. 

Sua construção tem integrado a mão de obra de diversas companhias, como a empresa alemã de óptica, Schott, que produziu os 949 segmentos totais do telescópio, finalizados em junho de 2024; e a francesa Sfran Reosc, que poliu esses segmentos com uma incrível precisão de 10 nanômetros, menos de um milésimo da largura de um fio de cabelo humano.

Extremely Large Telescope (ELT). Créditos: Observatório Europeu do Sul
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A alta tecnologia, combinada com as grandes proporções desse telescópio, que conta com o maior espelho óptico adaptativo já construído (que corrige distorções atmosféricas e permite obter imagens mais nítidas e detalhadas, superando as turbulências atmosféricas da Terra), fazem-no capaz de enxergar a luz de galáxias distantes, nebulosas e até exoplanetas.

Metade da construção do ELT foi concluída em 2023. Espera-se que ele capte até 15 vezes mais luz do que o Gran Telescópio Canarias (GTC), instalado nas Ilhas Canárias, na Espanha, e um dos maiores telescópios ópticos e infravermelhos do mundo. O espelho primário do GTC mede 10,4 metros (em comparação aos 39 metros do ELT).

o ELT ainda deve "superar", na qualidade das imagens obtidas, o telescópio Hubble, da agência espacial norte-americana (Nasa), localizado na órbita baixa Terra. 

"O diâmetro do espelho do ELT é definido pelos seus principais fatores científicos: obter imagens diretas de exoplanetas terrestres, caracterizar a sua atmosfera e medir a expansão do universo, que está a ser acelerada pela energia escura", informa a revista Space.

O ELT deve se ocupar, principalmente, de observações do sistema solar, da identificação de exoplanetas e buracos negros, galáxias e estrelas, além da presença de matéria escura no universo.

Em julho de 2024, o último segmento do espelho primário do telescópio foi entregue pela fabricante alemã, e agora o cronograma de instalação se segue até 2027, quando deve ser finalizada a instalação de seus outros segmentos espelhados. Espera-se que a primeira captação oficial de luz a partir do ELT seja feita em 2028, após os devidos testes de calibração e verificação desse enorme aparato.

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