“Você tem uma tempestade perfeita. Está reduzindo drasticamente suas defesas e devolvendo infratores reincidentes à plataforma”, declarou a ex-funcionária do Twitter e comissária Julie Inman Grant, após o X, antigo Twitter, reduz mais de mil funcionários responsáveis por combater conteúdo abusivo.
A informação foi revelada pela Comissão de Segurança Eletrônica da Austrália. O órgão australiano de supervisão da internet afirmou que os cortes e a reativação de milhares de contas banidas criaram uma situação propícia para a propagação de conteúdo prejudicial. Utilizando a inovadora Lei de Segurança na Internet da Austrália, a comissão obteve uma análise abrangente realizada por engenheiros de computação, moderadores de conteúdo e outros profissionais de segurança ligados ao X.
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Vale lembrar que a Austrália encabeçou uma iniciativa global para regulamentar as redes sociais, impondo às empresas de tecnologia a responsabilidade de estabelecer abordagens para lidar com questões como conteúdo de ódio e abuso sexual infantil. O corte engloba 80% dos engenheiros de computação focados em "questões de confiança e segurança", segundo Julie. Isso significa que "demissões de 80% desses engenheiros especializados seria equivalente à Volvo, reconhecida por seus padrões de segurança, dispensar todos os seus designers ou engenheiros", aponta ela em entrevista à Agence France Press (AFP).
Toxicidade e ódio
Há alguns meses, o órgão regulador havia previsto uma onda “de toxicidade e ódio” na rede social com as mudanças feitas por Musk. Além disso, o bilionário vem enfrentando algumas polêmicas com suas empresas. A empresa automobilística chinesa BYD (Build Your Dreams), por exemplo, está prestes a superar a Tesla como a principal fabricante global de veículos elétricos. Ela foi ironizada pelo bilionário em 2011. Com uma diferença de apenas 3.456 carros vendidos a menos no terceiro trimestre de 2023, espera-se que a BYD assuma a liderança no quarto trimestre deste ano.
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Desde a aquisição do X por Elon Musk em outubro de 2022, com uma sucessão de transformações rápidas, como demissões abruptas, encerramento de escritórios no exterior e mudanças nas políticas de moderação e sistema de verificação da plataforma, anunciantes aos poucos estão resolvendo deixar a empresa. O antigo Twitter agora já perdeu mais de 70% do seu valor.