O Google anunciou o lançamento do chatbot Bard em versão em português do Brasil, juntamente com outras 40 línguas. O programa é uma resposta ao sucesso do ChatGPT, da OpenAI, na área de chats de inteligência artificial. O Bard visa interagir com os usuários de forma mais humana, respondendo perguntas diversas e realizando tarefas como escrever um pedido de desculpas ou montar códigos de programação. No entanto, especialistas estão preocupados com as consequências do uso amplo e irrestrito desses programas de IA.
A Microsoft, investidora da OpenAI, desembolsou US$ 13 bilhões para impulsionar o desenvolvimento do ChatGPT, que atraiu 100 milhões de usuários em apenas dois meses. O sucesso desses chatbots, que utilizam uma linguagem mais natural e humana em comparação com tecnologias anteriores, levantou questionamentos sobre os impactos e riscos associados ao uso indiscriminado de IA.
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Um manifesto assinado por mais de mil especialistas do setor pediu uma pausa no desenvolvimento de alguns sistemas de IA, demonstrando a preocupação com os possíveis efeitos negativos decorrentes de seu uso generalizado.
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Programa está em estágio experimental
O Google, ao anunciar o Bard, enfatizou que o programa está em estágio experimental e pode compartilhar informações incorretas ou falsas. A empresa reconhece que o sistema pode ter "alucinações", ou seja, oferecer respostas inesperadas e não planejadas pelos programadores.
Além disso, o Google enfrenta controvérsias sobre suas práticas relacionadas à IA. Uma ação coletiva movida na Califórnia acusa a empresa de utilizar obras protegidas por direitos autorais sem compensação financeira para treinar seus sistemas de IA. A ação também alega que informações sensíveis dos usuários são armazenadas nesse repositório de dados. O Google defende-se, afirmando que as informações utilizadas são provenientes de fontes públicas e estão de acordo com seus "princípios de IA".
Outra polêmica envolve as condições de trabalho dos humanos responsáveis por treinar os sistemas de IA, incluindo o Bard. De acordo com documentos internos da empresa divulgados pelo site Bloomberg, esses trabalhadores recebem salários baixos, enfrentam carga de trabalho excessiva e lidam com o estresse de completar tarefas complexas em prazos curtos. O papel dessas pessoas é crucial para garantir que os modelos de IA do Google não forneçam respostas ofensivas, falsas ou com conteúdo problemático.
No lançamento da versão brasileira do Bard, o Google não especificou como será a forma de monetização do chatbot ou se utilizará as atividades dos usuários para fins comerciais, como a venda de anúncios personalizados e sugestões de compras. A empresa afirmou que seguirá a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) do Brasil.
Apesar das controvérsias e preocupações, o lançamento do Bard no Brasil é estrategicamente importante para a empresa, considerando a relevância do país como mercado para o Google. Mais de 90% das buscas realizadas por usuários brasileiros são feitas por meio do Google. Além disso, a possibilidade de que chatbots se tornem o principal meio de obtenção de informações na internet, substituindo os mecanismos de busca, torna o lançamento do Bard ainda mais significativo.
Novos recursos foram anunciados para o Bard, incluindo respostas em áudio, uso de imagens com auxílio da ferramenta Google Lens, ajuste de tom e estilo nas respostas, fixação de conversas em uma barra lateral para facilitar o acesso, compartilhamento das conversas com o programa e exportação de códigos de programação para mais locais.
Apesar do progresso e dos avanços da IA, é fundamental que sejam adotadas medidas responsáveis para garantir a segurança, a privacidade e a veracidade das informações fornecidas por esses sistemas. O debate sobre os limites e as regulamentações necessárias para a IA continua em andamento, enquanto empresas como o Google buscam aprimorar suas tecnologias e atender às demandas do mercado.