Sam Altman é o CEO da OpenAI, a empresa responsável pela criação e lançamento do ChatGPT no mercado digital global e considerado um dos criadores da nova tecnologia. Apesar do sucesso que o produto tem feito, faz alguns meses que ele vem dando declarações de arrependimento e temor em relação a maneira como a Inteligência Artificial pode impactar nos rumos da humanidade. Dessa vez, em entrevista ao jornal Time of India, revelou que perde o sono com o desespero que tais reflexões lhe causam.
“O que mais tira o meu sono é a ideia hipotética de que fizemos algo ruim quando lançamos o ChatGPT. Existe a hipótese de que nós, ao lançar o ChatGPT no mundo, atiramos a indústria num turbilhão e agora não tem mais volta”, explicou Altman.
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Um dos aspectos que foram mencionados no debate público a respeito da Inteligência Artificial é a necessidade de regulação a fim de evitar a ação cibercriminosos e obrigar as empresas e os governos a utilizar as novas tecnologias de forma responsável.
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“É preciso termos um sistema para que possamos auditar as pessoas que estão fazendo isso e também ter testes de segurança suficientes antes de implantar uma plataforma e abrir o acesso às pessoas”, declarou Altman no que se refere à regulação.
“Inteligência Artificial pode ameaçar humanidade de extinção”
Sam Altman está entre os 350 executivos, empresários, cientistas, pesquisadores e desenvolvedores que no último mês de maio publicaram uma declaração de alerta a respeito dos impactos negativos da Inteligência Artificial nos rumos da humanidade.
“Mitigar o risco de extinção pela Inteligência Artificial deve ser uma prioridade global ao lado de outros riscos em escala social ampla, como pandemias e guerra nuclear”, diz a declaração divulgada pelo Center for AI Safety (Centro para a Segurança de Inteligência Artificial), uma organização sem fins lucrativos baseada em São Francisco, na Califórnia (EUA), ao jornal The New York Times. Os 350 nomes mencionados subscreveram a publicação.
Além de Altman, também assinam o manifesto Geoffrey Hinton e Yoshua Bengio, considerados como ‘padrinhos da IA’ por conta da pesquisa que desenvolveram sobre redes neurais. Eles receberam o Prêmio Turing, concedido anualmente pela Association for Computing Machinery, do Reino Unido. Hinton inclusive deixou seu emprego no Google no início de maio a fim de ter mais liberdade para participar de debates dessa natureza.
O alerta vem em um contexto em que o mundo estuda a regulação das novas tecnologias lançadas pelas chamadas Big Techs, sobretudo seus algorítimos e o desenvolvimento de Inteligência Artificial. O Parlamento Europeu e o Congresso dos EUA, por exemplo, já discutem a criação da Lei de Inteligência Artificial.
Desinformação
As principais preocupações dos especialistas são com o espalhamento de desinformação a partir do uso de Inteligência Artificial, sobretudo dadas algumas falhas na interpretação e processamento de bancos de dados que foram registrados nos últimos meses pelo ChatGPT, entre outras tecnologias semelhantes. Um advogado nos EUA, por exemplo, pediu à nova tecnologia que lhe apresentasse processos judiciais anteriores que se relacionavam a uma ação em que trabalhava. Um dos casos relatados era fictício e o profissional não verificou, tendo encontrado problemas na Justiça em seguida. A história repercutiu na imprensa internacional.
Em outro caso semelhante, um jovem negro de 29 anos ficou cerca de dez dias preso após uma falha no sistema de reconhecimento facial por Inteligência Artificial da polícia de Atlanta, nos EUA. Na ocasião, a defesa do jovem apontou que a desinformação decorrente da falha no sistema reproduz o racismo já existente nas polícias da região.
Substituição de trabalho humano
Outra preocupação está na substituição do trabalho humano em atividades essenciais para a reprodução social. Na ótica dos especialistas, se empregada nos setores energético, de segurança e defesa, por exemplo, além de deixar a sociedade à mercê do bom funcionamento da tecnologia, ainda pode jogar milhões de pessoas no desemprego.