“Mitigar o risco de extinção pela Inteligência Artificial deve ser uma prioridade global ao lado de outros riscos em escala social ampla, como pandemias e guerra nuclear”, diz a declaração divulgada pelo Center for AI Safety (Centro para a Segurança de Inteligência Artificial), uma organização sem fins lucrativos baseada em São Francisco, na Califórnia (EUA), ao jornal The New York Times. Subscrevem o alerta mais de 350 executivos, empresários, desenvolvedores e cientistas de empresas que trabalham com a nova tecnologia. Entre eles, Sam Altman, CEO da OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT.
Além de Altman, também assinam o manifesto Geoffrey Hinton e Yoshua Bengio, considerados como ‘padrinhos da IA’ por conta da pesquisa que desenvolveram sobre redes neurais. Eles receberam o Prêmio Turing, concedido anualmente pela Association for Computing Machinery, do Reino Unido. Hinton inclusive deixou seu emprego no Google no início de maio para ter mais liberdade para participar de alertas dessa natureza.
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As principais preocupações dos especialistas são com o espalhamento de desinformação a partir do uso de Inteligência Artificial, sobretudo dadas algumas falhas na interpretação e processamento de bancos de dados que foram registrados nos últimos meses pelo ChatGPT, entre outras tecnologias semelhantes. Um advogado nos EUA, por exemplo, pediu à nova tecnologia que lhe apresentasse processos judiciais anteriores que se relacionavam a uma ação em que trabalhava. Um dos casos relatados era fictício e o profissional não verificou, tendo encontrado problemas na Justiça em seguida. A história repercutiu na imprensa internacional.
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Outra preocupação está na substituição do trabalho humano em atividades essenciais para a reprodução social. Na ótica dos especialistas, se empregada nos setores energético e de segurança e defesa, por exemplo, além de deixar a sociedade à mercê do bom funcionamento da tecnologia, ainda pode jogar milhões de pessoas no desemprego.
O alerta vem em um contexto em que o mundo estuda a regulação das novas tecnologias lançadas pelas chamadas Big Techs, sobretudo seus algorítimos e o desenvolvimento de Inteligência Artificial. O Parlamento Europeu e o Congresso dos EUA, por exemplo, já discutem a criação da Lei de Inteligência Artificial.