Em março deste ano, o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), viralizou nas redes ao publicar um vídeo onde ameaçava cortar a energia do show da banda Planet Hemp, que aconteceu no Skate Total Urbe (STU) na cidade.
“Vai ser realizada uma etapa importante do skate nacional aqui na nossa cidade, que vai levar o nome de Criciúma para todo o território nacional. Agora, qualquer coisa diferente disso, como por exemplo apologia às drogas, apologia aos crimes, qualquer coisa que mexa com conteúdo sexual e mexa com nossos meninos e nossas meninas, o Gilberto [funcionário] está aqui, autorizado e com alicate na mão para cortar a energia. E pode faltar energia para televisão, celulares, internet, para os bares aqui do entorno, não me importo! Esse local aqui nós construímos para acolher as famílias de bem”, afirmou o prefeito Clésio Salvaro.
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No começo desta semana, Clésio Salvaro voltou a ser notícia, mas não por ameaçar cortar energia de algum evento artístico, mas pelo fato de que sua casa foi alvo de busca e apreensão no âmbito da Operação Caronte. Agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) fizeram uma visita matinal ao prefeito de Criciúma.
Ao todo, a Operação Caronte realizou sete mandados de prisão e 38 de busca e apreensão. O prefeito de Criciúma é suspeito de integrar uma organização criminosa que teria praticado crimes contra a administração pública, licitatórios e lavagem de dinheiro.
De acordo com nota do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), "o procedimento investigatório criminal foi instaurado inicialmente pela Promotoria de Justiça visando apurar delitos envolvendo a prestação de serviços funerários".
Além de Criciúma, foram realizadas diligências em Florianópolis, Içara, Itapema, Jaraguá do Sul, Palhoça, São José e Itati, no Rio Grande do Sul.
Por meio de suas redes, o prefeito Clésio Salvaro afirmou que está disposto a colaborar com a investigação e que entregou mais documentos do que os agentes haviam solicitado.
"Importante falar sobre esta operação hoje do Ministério Público do Estado de Santa Catarina que veio em busca de alguns documentos através de uma diligência. Não há problema nenhum, nós estamos muito dispostos a colaborar, inclusive o que eles levaram, porque estavam já pré-requisitados e outros que nós colocamos à disposição. E não bastasse isso, eu estou determinando uma sindicância interna para apurar também esses fatos que agora a gente tem conhecimento para colaborar com essa operação do Ministério Público. Porque o nosso propósito aqui é manter sempre esta prefeitura, este governo, como um dos mais transparentes de todo o território nacional", declarou.