VIOLÊNCIA

Jovem trabalhador é morto na garupa de mototáxi em ação policial no Rio

O motorista da moto também foi alvejado e levado para o hospital; suspeita é de que disparo tenha partido de militares

Gabriel dos Santos Vieira.Créditos: Reprodução/Redes Sociais
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Um adolescente de 17 anos morreu após ser baleado durante um tiroteio entre policiais militares e suspeitos armados, na noite de quarta-feira (30), no bairro Engenho da Rainha, Zona Norte do Rio de Janeiro. Gabriel dos Santos Vieira estava na garupa de uma motocicleta de aplicativo quando foi atingido por disparos nas costas e não resistiu aos ferimentos.

O motorista da moto, Vanderson Ferreira Nascimento Pinto, de 40 anos, também foi alvejado e socorrido ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde permanece internado.

Segundo informações da Polícia Militar (PM), o confronto teve início por volta das 22h, após agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Alemão tentarem abordar um veículo considerado suspeito. De acordo com os agentes, os ocupantes do carro reagiram à ordem de parada e efetuaram disparos, provocando o revide. Foi nesse momento que Gabriel e o mototaxista acabaram atingidos.

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Vítima trabalhava em dois empregos

Gabriel morava no Complexo do Alemão e conciliava dois trabalhos: era assistente de pizzaiolo e também atuava como bailarino. Na noite em que foi morto, ele se deslocava para uma apresentação em uma festa de 15 anos, no bairro de Madureira.

A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) informou, por meio de nota, que foi instaurado um procedimento interno para apurar os fatos. As armas dos policiais envolvidos na ação foram recolhidas para análise pericial. A Delegacia de Homicídios da Capital assumiu a investigação, com o apoio da Polícia Militar.

O caso reacende o debate sobre a violência que atinge jovens nas periferias do Rio. Dados do Instituto Fogo Cruzado revelam que, somente em 2025, 15 adolescentes foram baleados na Região Metropolitana, sendo seis mortos e nove feridos. Embora protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, jovens entre 12 e 17 anos continuam expostos a situações de extremo risco, muitas vezes em meio a ações policiais em áreas conflagradas.

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