Mais um desdobramento do caso sobre o crime bárbaro que vitimou Vitória Regina de Sousa, de 17 anos. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) tomou uma dura decisão, nesta quarta-feira (30).
A corte converteu em preventiva a prisão de Maicol Antonio Sales dos Santos, único suspeito de ter assassinado brutalmente a jovem, em Cajamar, na Grande São Paulo. A vítima foi achada morta, no dia 5 de março, com os cabelos raspados, sinais de tortura e degolada, numa área de mata.
Te podría interesar
O tribunal divulgou uma nota em que afirmou que recebeu, na terça-feira (29), a denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) sobre o caso.
O documento apontou que a promotoria acusou o principal suspeito de matar Vitória de sequestro qualificado, feminicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual.
Te podría interesar
Os promotores concluíram que Maicol agiu “com menosprezo à condição de mulher” e a morte foi causada por meio cruel.
“A morte da vítima deu-se com menosprezo à condição de mulher, vez que a ofendida foi tratada apenas como objeto de satisfação de um desejo. O feminicídio foi praticado por motivo fútil, consistente em não aceitar a não submissão de Vitória à vontade do denunciado”, apontou trecho da denúncia.
“A morte foi provocada com meio cruel, qual seja, hemorragia traumática após a submissão de Vitória a toda a situação que fez com que ela morresse por não ceder ao fim libidinoso perseguido pelo denunciado. O feminicídio foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, já que ela teve a liberdade restrita e permaneceu sob o jugo do denunciado, que empunhava uma faca. Por fim, o feminicídio foi realizado para assegurar a ocultação e impunidade do crime de sequestro”, destacaram os promotores.
Morreu por ser mulher
Durante coletiva de imprensa, realizada na terça (29), o promotor Jandir Moura Torres Neto, que assinou o documento, disse que a jovem morreu simplesmente por ser mulher.
“A Vitória não fez rigorosamente nada para que se chegasse a esse resultado, ao que aconteceu. Ela foi uma adolescente como outra qualquer, que postava as fotos demonstrando sua felicidade, os momentos que ela estava vivendo, nas redes sociais”, ressaltou.
Siga o perfil da Revista Fórum e do jornalista Lucas Vasques no Bluesky.