O caso do assassinato brutal da jovem Vitória Regina de Souza, 17, em Cajamar, interior de São Paulo, ganhou um novo capítulo após a confissão do crime por Maicol Sales dos Santos, principal suspeito preso. No entanto, a defesa do acusado tenta invalidar o depoimento do homem.
Maicol confessou o crime à Polícia Civil e afirmou que agiu sozinho, de acordo com vídeo do depoimento divulgado pelo Fantástico. Ele conta que atacou a jovem com golpes de faca após uma discussão dentro do carro dele. No entanto, a defesa de Maicol diz que ele foi coagido e vai pedir a anulação da confissão.
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Há uma semana, no dia 17 de março, fontes ligadas à investigação conduzida por agentes do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro) já haviam divulgado que Maicol havia confessado o crime. No entanto, no dia seguinte, o delegado da Polícia Civil negou que o suspeito havia feito a confissão.
As investigações ainda continuam para desvendar outras informações contraditórias no depoimento de Maicol e evidências encontradas pela polícia.
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O que Maicol disse no depoimento
À polícia, Maicol afirmou que ele e Vitória haviam ficado algumas vezes, e que a jovem havia ameaçado contar para a esposa dele sobre a relação. Ele ainda diz que matou Vitória após uma discussão em que ele teria sido agredida pela adolescente. Maicol diz ter dado duas facadas em Vitória, porém a polícia constatou três ferimentos.
O depoimento de Maicol também diverge em relação a evidências encontradas no veículo do suspeito. Peritos não chegaram a encontrar manchas de sangue nem fios de cabelo nos bancos do carro, apenas no porta-malas. Maicol afirma ter limpado essa parte do carro e jogado a faca usada no crime em um rio.
Além disso, enquanto Maicol afirma ter enterrado a vítima, o corpo de Vitória foi encontrado sobre o solo, e em local diferente do qual ele indicou.
Como tudo teria começado ainda em 2024
Próximos de concluir o inquérito sobre o monstruoso assassinato de Vitória, os investigadores do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), chefiados pelo delegado-diretor Luiz Carlos do Carmo, divulgaram as imagens que foram recuperadas no celular de Maicol.
Nos passos finais da investigação, a Polícia Civil de São Paulo percebeu que a garota teria sido morta, na verdade, por um homem que atuava como uma espécie de stalker, termo do inglês usado para classificar pessoas que são paranoicas por alguém e passam a seguir seus passos, a monitorando, e muitas vezes gerando ameaças e importunações. A hipótese de outros indivíduos terem participado do assassinato, até então a principal linha dos investigadores, passou a ser afastada.
Quando Maicol se torna suspeito e percebe que pode ser preso, ele deleta inúmeras imagens que mantinha guardadas na memória de seu celular. No entanto, com a apreensão do aparelho de telefonia móvel, e por meio da utilização por parte das autoridades de um aplicativo de origem israelense, o Cellebrite, foi possível recuperar as fotos e prints que complicaram ainda mais a vida do acusado.
A primeira das imagens, divulgada na noite de domingo (16), pelo Fantástico, da TV Globo, foi do print da publicação de Vitória avisando que iria embora após sair do restaurante onde trabalhava como caixa, num shopping da área mais central de Cajamar. A perícia descobriu que a postagem foi feita sete minutos antes de a garota descer no ponto de ônibus próximo de sua casa. Os policiais acreditam que a informação foi essencial para que Maicol pegasse o carro e fosse interceptá-la antes que Vitória chegasse à residência.
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