ELEIÇÕES 2024

Marçal mente sobre como monetizou cortes que impulsionaram campanha

Declaração falsa foi dada durante entrevista no Roda Viva; Justiça Eleitoral de SP suspendeu redes do candidato pelo pagamento de cortes de vídeos

Marçal mente sobre monetização de cortes que impulsionam sua campanha, diz agência de checagem.Créditos: Reprodução/ YouTube/ TV Cultura
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No último dia 24 de agosto, a Justiça Eleitoral de São Paulo determinou a suspensão das redes sociais de Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura, após investigações apontarem o pagamento por edições de vídeos para impulsionar sua campanha. 

Em entrevista ao Roda Viva nesta segunda-feira (2), o ex-coach mentiu ao dizer no Roda Viva, da TV Cultura, que não pagou por cortes de vídeos em suas redes sociais. “Só que dentro do período eleitoral, tanto de pré-campanha e campanha, não houve pagamento [de cortes de vídeos]”, declarou. É o que aponta uma das checagens da Agência Lupa sobre as declarações do candidato.

Naquele dia, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, suspendeu em uma decisão liminar as redes sociais de Pablo Marçal após aceitar um pedido de investigação do PSB, partido da candidata Tabata Amaral. A decisão revelou que, durante a campanha de Marçal, houve pagamentos e incentivos para pessoas que compartilhavam conteúdo nas redes sociais. A medida foi adotada em resposta ao suposto uso indevido de incentivos financeiros para a disseminação de trechos dos vídeos do candidato.

"Conste que há documento demonstrando que um dos pagamentos proveio de uma das empresas pertencentes ao requerido Pablo, o que pode configurar uma série de infrações”, afirma o trecho da liminar. 

"'Monetizar cortes' equivale a disseminar continuamente uma imagem sem respeito ao equilíbrio que se preza na disputa eleitoral. Notadamente o poderio econômico aqui estabelecido pelo requerido Pablo suporta e reitera um contínuo dano e o faz, aparentemente, em total confronto com a regra que deve cercar um certame justo e proporcional".

De acordo com a investigação da Lupa, o documento mencionou até exemplos específicos de campanhas que ofereciam bonificação financeira para quem compartilhava conteúdos eleitorais. Um exemplo citado é uma publicação que destaca o número de Marçal nas urnas e incentivava os usuários a marcar "3 eleitores" para participar de um sorteio de R$ 200:

“Compartilhando o reels e marcando 3 eleitores vai ser sorteado 200,00

28 M

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Até a publicação desta reportagem, a assessoria do candidato não se manifestou sobre a checagem da Lupa.