Na noite desta segunda-feira (2), o candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal foi o entrevistado do programa Roda Viva, da TV Cultura. Mais uma vez, entrou em confronto com jornalistas e fez sua pregação "contra o sistema", buscando se desviar das perguntas mais incômodas.
Logo no início do programa, polemizou com a jornalista de O Globo Malu Gaspar, dizendo que ela havia publicado "uma mentira" ao falar que ele pretendia criar um partido para formar "candidatos-coach" em 2026. A jornalista perguntou sobre uma entrevista dada ao podcast Flow, onde ele deu a declaração: "No processo eleitoral, me perdoe, você tem que ser um idiota. Infelizmente a nossa mentalidade gosta disso. E, por ser um povo que gosta disso, eu preciso produzir isso. Preciso ter um comportamento que chame atenção. Não é uma parada que eu me divirto".
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Ele respondeu atacando a jornalista e dizendo não achar que o eleitor fosse um idiota, embora tenha dito que "quem votou no Lula deve ser idiota". Depois, ainda buscou provocar Malu Gaspar, afirmando que ela quis usar o nome do candidato para fazer um click bait, termo que se refere a conteúdo da internet que é destinado a buscar visualizações. A jornalista retrucou: "Quando o senhor foi preso pela primeira vez em 2005, eu estava cobrindo o Mensalão, o senhor não vai me ensinar a fazer jornalismo".
O jornalista Pedro Borges, do Alma Preta, perguntou se Marçal achava honesto fazer a associação entre Boulos e o uso de drogas por conta do processo de um homônimo que teria sido usado para fundamentar a falsa acusação contra o candidato do PSOL. Perguntado sobre qualquer prova a respeito do uso de drogas pelo adversário, prometeu que entregaria no último debate. Questionado se era justo que as filhas do candidato do PSOL passassem por esta situação, esperando até o último debate, ele afirmou que "deve ser muito ruim ser filho de Boulos."
Alexandre de Moraes
Marçal evitou fazer críticas fortes a Alexandre de Moraes, quando questionado, apontando que há um "desequilíbrio" entre os Poderes da República. "Com todo respeito aos onze togados, já passou essa briga. O Brasil precisa ser unificado", falou, delegando ao Senado a responsabilidade de promover um eventual processo de impeachment contra o ministro do STF.
A jornalista Amanda Audi, da Agência Pública, perguntou se não era antidemocrático que ele fizesse política para cortes e não divulgar propostas. "Proposta, quem quiser, vai no site do TRE", disse.
A bancada de entrevistadores do Roda Viva foi formada por Amanda Audi, repórter da Agência Pública, Bruno Ribeiro, repórter de política do portal Metrópoles, Malu Gaspar, editora e colunista de O Globo, Pedro Borges, diretor de redação da Alma Preta, e Pedro Canário, repórter do UOL.