Uma reivindicação muito antiga dos moradores da Baixada Santista, principalmente das cidades de Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo, deve, finalmente, sair do papel.
O projeto do túnel imerso entre os dois municípios do litoral de São Paulo faz parte do Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP) e fruto de uma parceria público-privada, com um aporte financeiro estimado em R$ 5,96 bilhões.
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O projeto para a construção da ligação seca entre as cidades de Santos e Guarujá prevê um túnel de 870 metros de extensão instalado embaixo do mar. Com profundidade de 21 metros, este será o primeiro túnel da América Latina feito neste modelo. Atualmente, a travessia é feita por balsa ou por cerca de 40 km de rodovia.
A obra, parceria do Ministério de Portos e Aeroportos com o governo do estado de São Paulo, tem por objetivo melhorar o trânsito local, permitindo a passagem de veículos de passeio, transporte público, caminhões, bicicletas e pedestres, sem prejudicar o desenvolvimento do Porto de Santos.
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O túnel vai encurtar, significativamente, o tempo de deslocamento entre as duas cidades. Atualmente, mais de 21 mil veículos cruzam diariamente as duas margens utilizando barcos de pequeno porte (catraias) e as balsas, além de 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres.
A ideia é que o túnel tenha um pedágio que custe o mesmo valor da tarifa das balsas que fazem a ligação entre as duas cidades — hoje R$ 12,30 para veículos de passeio em dias úteis —, mas sem cobrança para pedestres.
A inauguração do túnel é planejada para 2028, já a licitação e o início das obras estão previstos entre 2024 e 2025.
“Todos os dias, 80 mil pessoas cruzam o canal. Atualmente, a espera nas filas para cruzar o canal pode se alongar por horas e, com o túnel, as travessias vão demorar menos de dois minutos. A obra também irá proporcionar mais segurança às embarcações que escalam o porto santista para realizar operações”, destacou nota da Presidência da República.
A estrutura será composta por seis módulos de concreto pré-moldados que serão construídos em uma doca seca. Depois disso, os módulos serão “mergulhados” na água para o teste de vedação e impermeabilidade. Em seguida, as partes serão transportadas por flutuação até o local onde o túnel será instalado no fundo do leito oceânico.
O estudo de mobilidade do projeto concluiu que a localização mais adequada do túnel é no centro do canal, atendendo às necessidades logísticas da região.
Confira algumas imagems do projeto:
Confira as etapas da construção
1-Preparação do solo
A etapa inicial será a preparação do fundo do canal onde o túnel será instalado. Uma trincheira será cavada no local para abrigar os módulos que formarão a estrutura. Também serão instaladas placas de concreto na vala para suportar os elementos de túnel.
2-Construção
Os elementos de túnel são peças de concreto construídas em uma doca seca, de preferência próxima ao local onde ficará o túnel. Contam com piscinas provisórias no seu interior. Os reservatórios fazem com que a estrutura não afunde na água em um primeiro momento.
3-Transporte
Quando as peças ficarem prontas, elas passarão por testes de vedação e impermeabilidade. Na sequência, a doca seca será inundada. Por causa das piscinas provisórias, os elementos flutuarão para, desta forma, serem transportados por rebocadores para o local onde o túnel vai ficar.
4-Posicionamento
Os elementos serão fixados em pontes flutuantes e posicionados por sistemas eletrônicos no ponto exato onde devem ser imersos.
5-Submersão
A água presente nas piscinas provisórias do interior dos módulos será bombeada, fazendo submergir lentamente os elementos do túnel. Esse processo será monitorado por sensores.
6-Ligação dos elementos
Por intermédio de guinchos hidráulicos, os elementos serão aproximados, até o contato entre eles.
7-Acoplagem
A união final dos módulos de túnel contíguos será feita pela diferença de pressão atmosférica no interior do elemento já posicionado e a pressão que a água exercerá no novo elemento.
8-Nivelamento
Em uma das extremidades do elemento, serão ancorados macacos hidráulicos, que movimentarão pinos de aço para nivelar o módulo. Os pinos são soldados e os macacos hidráulicos, retirados. Em seguida, será injetada areia na base, formando uma “cama” para assentar o elemento de túnel.
9-Proteção
Uma camada de pedras será utilizada para recobrir e proteger o túnel contra impactos de embarcações e o enganchamento de âncoras soltas. As informações são do governo do estado de São Paulo.
Sobre o túnel
Qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP) e integrado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o projeto do túnel imerso prevê investimento total de R$ 5,96 bilhões.
Deste total, 86% deverão vir de aporte público dividido igualmente entre o governo de São Paulo e a União, além de participação da iniciativa privada. A futura parceira privada será responsável pela construção, operação e manutenção do túnel.