Doze policiais militares envolvidos no caso de agressão a uma idosa de 63 anos em Barueri, na Grande São Paulo, foram afastados, esta quinta-feira (5), pela Secretaria de Segurança Pública, após prestarem depoimento na Corregedoria da Polícia Militar.
A agressão aconteceu na noite de quarta (4), após os policiais invadirem a casa de Lenilda Messias. A situação começou depois que agentes abordaram Matheus Higino Lima Silva e Juarez Higino Lima Junior, de 18 e 39 anos, neto e filho de Lenilda, respectivamente, que estavam em uma moto parada em frente à residência. O veículo estaria com o documento vencido.
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Pai e filho, porém, resistiram à abordagem e correram para o interior da casa. Em seguida, os policiais invadiram a residência e agrediram a família com golpes de cassetete e até mata-leão em Juarez, ação proibida pela PM desde 2020.
Nas imagens, que repercutiram nas redes, é possível ver Lenilda com o rosto sangrando e aos prantos. Ela foi agredida com chutes, além de ter sido puxada pela gola do casaco.
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Veja as imagens abaixo:
[CENAS FORTES]
Em nota, a SSP informou que "não compactua com desvios de conduta e assegura que todo excesso cometido por policiais será penalizado em conformidade com a lei". O ocorrido está sendo investigado por meio de Inquérito Policial Militar (IPM) e pela Polícia Civil.
O caso se soma a uma série de outras situações de violência policial nas últimas semanas em São Paulo, como o episódio em que policiais militares arremessaram um homem rendido de uma ponte, além do assassinato de um jovem negro com 11 tiros pelas costas. Essas situações escalaram a onda de críticas à gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.
Demissão de Derrite e PF em investigação sobre violência policial
A Comissão Arns, que atua na defesa dos direitos humanos, publicou uma nota, nesta quarta-feira (4), em que repudia os últimos episódios de violência e abuso da Polícia Militar de São Paulo e pede a demissão do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. A organização ainda defende que a Polícia Federal (PF) entre nas investigações sobre os casos.
"A Comissão Arns vem manifestar sua mais profunda indignação e repúdio em face dos reiterados atos de barbárie praticados por policiais militares do estado de São Paulo e instar as autoridades competentes a tomar todas as providências para que os responsáveis sejam punidos e essa perversa política que tem levado a um vertiginoso crescimento da letalidade policial no Estado seja suspensa", afirma a organização.
A Comissão cita a morte do menino Ryan de 4 anos; o assassinato do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas de 23 anos; o caso em que um homem foi jogado de uma ponte após ser rendido por um policial, além do episódio em que um jovem negro foi alvejado com 11 tiros após furtar duas barras de sabão de um supermercado. A organização afirma que essa realidade "não pode se tornar rotina de uma força policial honesta, decente e cumpridora de suas obrigações".
"Esses casos macabros resultam de uma política de segurança irresponsável e criminosa, conduzida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, que levou a um aumento de 78% das mortes por agentes policiais, apenas entre os meses de janeiro e setembro de 2024", afirma a entidade.
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