TARCÍSIO GOMES DE FREITAS

PM que jogou jovem de ponte é preso ao chegar para trabalhar

Prisão se deu após aumento exponencial de casos de assassinatos e violência pela PM, que estaria arranhando a imagem do governador Tarcísio Gomes de Freitas, sondado como candidato da terceira via em 2026

O PM Luan Felipe Alves Pereira, que jogou Marcelo Barbosa de ponte em São Paulo.Créditos: PMSP / Reprodução de vídeo
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O policial militar Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, que jogou o motoboy Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, de uma ponte em São Paulo, foi preso pela Corregedoria da PM paulista na manhã desta quinta-feira (5) quando chegava para trabalhar. 

A prisão havia sido solicitada pela própria corregedoria, em ação junto à Justiça Militar, que deu aval para que o PM fosse encarcerado. 

No total, 13 PMs foram afastados do serviço por estarem de alguma forma relacionados à ocorrência. Depois, somente quatro, entre eles Luan, foram alvos de um procedimento investigativo direto. O pedido de prisão foi feito só para o soldado que arremessou o homem. 

Segundo a Folha de S.Paulo, a prisão se deu como um recado do comando da PM após reunião com o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos). O objetivo é passar a impressão que ações violentas da PM, fora das diretrizes da corporação, não serão mais toleradas.

A decisão teria sido tomada porque o aumento exponencial de casos de assassinatos e violência pela PM estaria arranhando a imagem do governador, que vem sendo sondado para a "terceira via" anti-Lula em 2026.

Homens armados assustam a população

Homens armados em carro descaracterizado foram vistos na madrugada desta quarta-feira (4) circulando pela rua onde vivia o entregador Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, jogado de uma ponte por um policial militar na última segunda-feira (2), na zona sul de São Paulo. O episódio gerou temor nos moradores, que já estavam assustados com a brutalidade do crime, registrado em vídeo e amplamente divulgado.

Imagens obtidas pelo Metrópoles mostram os homens usando coletes enquanto dirigiam pelo bairro Americanópolis, especificamente na Rua Comendador Artur Capodaglio, entre 0h39 e 1h23. À 0h39, o primeiro vídeo capturou três pessoas andando pela rua portando armas. Um segundo vídeo, feito cinco minutos mais tarde, registra sons de batidas em um portão seguidos por um grito, possivelmente direcionado a um dos moradores.

Entre 1h18 e 1h23, no terceiro vídeo, o carro faz uma parada em uma rua, e os homens armados saem e abordam uma pessoa que estava atrás de um caminhão. Eles conversam por alguns momentos, e logo após, uma segunda pessoa desce pela rua e é igualmente parada pelo grupo.

De acordo com testemunhas, eles se identificaram como agentes da Corregedoria, apresentando uma foto de Marcelo e indagando sobre seu paradeiro. Essa prática, comum em investigações sigilosas, gerou estranhamento devido ao horário, ao contexto e ao fato de Marcelo ter sido vítima de violência policial.
 

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