O número de mortes por policiais militares em São Paulo aumentou 98% após a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.
De acordo com dados do Ministério Público, foram registradas 355 mortes em 2022, último ano antes de Tarcísio assumir o governo paulista, enquanto neste ano o estado já soma 702 mortes. No primeiro ano à frente do governo, em 2023, a gestão de Tarcísio já havia superado o número anterior, registrando 406 mortes entre janeiro e novembro.
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Os dados do MP são analisados pelo Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público (Gaesp-MPSP) e se referem a mortes cometidas por policiais militares em serviço e de folga. Porém, se considerarmos apenas os assassinatos por PMs em serviço, o aumento é ainda maior na comparação com a gestão anterior. Entre janeiro e novembro de 2022, foram 233 mortes registradas cometidas por agentes. No mesmo período em 2024, o número saltou para 600 - um aumento de 157%.
Casos recentes de violência policial chocam país
Nesta última semana, uma série de casos envolvendo violência e abuso policial em São Paulo geraram indignação nas redes sociais. Entre eles, o caso de um homem que foi arremessado por policiais militares de uma ponte em um rio poluído. A ocorrência foi na madrugada desta segunda-feira (2) em Cidade Ademar, bairro da Zona Sul da capital paulista.
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Outro caso foi o de um jovem negro alvejado com 11 tiros pelas costas por um PM que estava de folga. O episódio aconteceu em uma loja da companhia Oxxo, na também na Zona Sul da cidade, após o jovem furtar dois pacotes de sabão.
Após a repercussão, o Ouvidor das Polícias de SP, Claudio Silva, declarou que o "derramamento de sangue" no estado paulista é "fruto de uma política de morte e vingança".
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O que diz a SSP
Em nota à CNN, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que:
"Nos dois primeiros anos da atual gestão (2023 e 2024) houve redução de 32,2% nas mortes em decorrência de intervenção policial, se comparado aos dois primeiros anos da gestão anterior (2019 e 2020). Por determinação da Secretaria de Segurança Pública, todos os casos desta natureza são rigorosamente investigados pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário. Os cursos ao efetivo são constantemente atualizados e comissões direcionadas à análise dos procedimentos revisam e aprimoram os treinamentos, bem como as estruturas investigativas, visando à redução da letalidade policial.
Em paralelo, a pasta mantém suas corregedorias bem estruturadas e atuantes para registrar e apurar qualquer desvio de conduta, aplicando as devidas punições aos agentes. Desde o início do ano passado, mais de 280 policiais foram demitidos e expulsos, enquanto um total de 414 agentes foram presos, mostrando o compromisso da SSP em não compactuar com os profissionais que violam as regras das suas respectivas instituições, cuja função primordial é a de proteger e zelar pela segurança da população".
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