Silvia Mônica Cardenas, mãe do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, morto com um tiro à queima-roupa pela Polícia Militar de São Paulo, nesta quarta-feira (20), concedeu entrevista em que cobrou explicações do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pela morte de seu filho.
Ao jornal "Tá na Hora", do SBT, Silvia criticou a abordagem violenta da polícia de São Paulo, que classificou como um "fracasso", e cobrou que Tarcísio peça desculpa pela morte de seu filho.
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“Isso é o fracasso do governador de São Paulo, que permite que a polícia mate seus cidadãos, cidadãos decentes. Me coloco no lugar de todos. Mesmo que o menino fosse um ladrão, o que não era, não era para a polícia atirar desse jeito. É um fracasso total, senhor governador. Tenha decência, dignidade, seja homem para me pedir desculpas porque a dor que eu sinto vai ser até o dia da minha morte”, declarou.
O crime ocorreu por volta de 2h da madrugada desta quarta, no Hotel Flor da Vila Mariana, onde Marco Aurélio estava hospedado com uma mulher. Nas imagens da câmera de segurança, é possível ver ele correndo para dentro do hotel, sem camisa, sendo seguido pelos policiais armados. Um agente tenta imobilizar o jovem, puxando-o pelo braço, enquanto o outro profere chutes. Em seguida, o PM Guilherme atira no peito de Marco Aurélio.
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O jovem chegou a ser levado ao Hospital Ipiranga, onde teve duas paradas cardiorrespiratórias e passou por uma cirurgia, mas não resistiu. Ele morreu por volta de 6h40.
Quem era Marco Aurélio
Marco Aurélio era o caçula de uma família de médicos peruanos que encontrou no Brasil seu novo lar há mais de duas décadas. A precocidade sempre o acompanhou: nascido prematuramente, demonstrou desde cedo uma inteligência aguçada, concluindo o ensino médio com apenas 15 anos. Segundo sua mãe, a intensivista Silvia Mônica, o jovem era um orgulho para a família.
Marco Aurélio seguiu os passos dos pais e do irmão, dedicando-se à medicina. "Ele era um bom irmão, um bom filho, uma pessoa muito querida", descreveu Frank Cardenas. A família conta que, mesmo tendo sido aprovado em Direito, o jovem optou pela carreira médica. "Era meu filho mais amado, nasceu com 1,3 kg, quando eu já estava velha".
"Dois homens de 1,80 metro não conseguiram conter meu irmão de 1,60 metro? Ele nunca lutou. Não tinham alternativas?", disse ainda o irmão de Aurélio.
Atleta do time de futebol do curso de medicina, Marco Aurélio era bastante querido por seus colegas. A Associação Atlética Acadêmica Medicina Anhembi Morumbi, da faculdade, publicou uma mensagem de pesar em suas redes sociais. "Neste momento de imensa dor, nos solidarizamos com seus familiares, companheiros de time e colegas, que perderam não apenas um companheiro de jornada, mas também um amigo. Que sua memória seja sempre lembrada com carinho e que sua trajetória inspire todos nós”, escreveu a instituição.
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