A perícia da Polícia Civil de São Paulo confirmou que o laudo médico divulgado por Pablo Marçal (PRTB) contra Guilherme Boulos (PSOL) é falso.
Através de exames grafotécnicos, a perícia constatou uma série de evidências que comprovam que o documento foi falsificado. A informação foi divulgada pelo Estadão e o laudo será divulgado em breve.
Te podría interesar
O inquérito da Polícia Civil foi instaurado após boletim de ocorrência (BO) apresentado por Boulos, que foi novamente vítima de fake news divulgada por Marçal. O ex-coach publicou um falso laudo médico que dizia que o candidato do PSOL havia sido internado por uso de drogas.
Após repercussão, Boulos entrou com dois pedidos de prisão contra Marçal, além da Justiça Eleitoral ter suspendido as redes sociais do candidato da extrema direita. O Supremo Tribunal Federal (STF) intimou o autor da fraude e a Polícia Federal (PF) também apura o caso.
Te podría interesar
De acordo com a decisão da Justiça Eleitoral, há indícios de quatro crimes cometidos por Marçal que, caso confirmados, podem fazer com que o ex-coach seja condenado a cinco anos de prisão. São eles:
- Falsificação de documento particular (art. 298 do Código Penal): A criação ou divulgação de um laudo médico falso pode configurar falsificação de documento, um crime punido com reclusão de um a cinco anos e multa.
- Calúnia (art. 138 do Código Penal): Acusar falsamente alguém de um crime, como o uso de drogas, é considerado calúnia. A pena prevista é de seis meses a dois anos de detenção, além de multa.
- Difamação (art. 139 do Código Penal): A difamação ocorre quando se divulga informação que ofende a reputação de outra pessoa, mesmo que seja falsa. A pena é de três meses a um ano de detenção, mais multa.
- Falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal): A inclusão de informações falsas em documento, como o uso do CRM de um médico falecido, também pode ser enquadrada como falsidade ideológica, com pena de um a cinco anos de reclusão.
Filhas de médico morto que "assina" laudo vão processar Marçal
As filhas do médico hemotologista José Roberto de Souza, que morreu de Covid em 2022 e foi usado por Pablo Marçal (PRTB) no laudo fajuto para acusar Guilherme Boulos (PSOL) de uso de cocaína, vão processar o ex-coach.
Analista de sistemas, acamada por ser portadora de esclerose múltipla, Carla Maria de Oliveira e Souza, contou ao jornal O Globo que foi acordada às 3h30 deste sábado (5) por um oficial de Justiça para conferir se a assinatura que constava no laudo falsificado era do pai dela.
“Essa assinatura nunca foi do meu pai. Ele nunca se envolveria nesse tipo de coisa”, disse a analista, que mora em Valinhos, no interior paulista, em entrevista à jornalista Malu Gaspar.
Segundo ela, José Roberto nunca atendeu em São Paulo e sempre atuou em Campinas, sendo que nos últimos anos trabalhou no hospital da PUC.
LEIA MAIS: Farsa de Marçal: filhas de médico morto que "assina" laudo vão processar ex-coach
Moraes intima Pablo Marçal após crimes contra Boulos
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, intimou Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo, a prestar depoimento no prazo de até 24 horas por ter usado a rede social X, que está bloqueada no Brasil.
A decisão, que foi compartilhada com a presidenta do TSE, Cármen Lúcia, aponta indícios de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação.