OPERAÇÃO

Suspeito de ter matado PM em São Paulo foi orientado a gravar vídeo antes de se entregar

Chamado de "sniper do tráfico", Erickson da Silva se entregou à Polícia Militar na noite deste domingo

Suspeito de ter matado PM em São Paulo foi orientado a gravar vídeos antes de se entregar.Créditos: Reprodução redes sociais
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Apontado como autor do disparo que matou o policial militar Patrick Reis, Erickson Silva foi orientado por um advogado a gravar um vídeo em que pede ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o "fim da matança" no Guarujá, litoral paulista. Da Silva se entregou à polícia na noite deste domingo (30).

Em áudio obtido pelo Metrópoles, é possível escutar Erickson da Silva sendo orientado a citar o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, e o governador Tarcísio de Freitas.

"Antes de se entregar, faz um vídeo mostrando só o rosto, cita o [Guilherme] Derrite, secretário de Segurança Pública do estado, cita também o governador do estado, Tarcísio Freitas, para acabar com o massacre no Guarujá, que o que está acontecendo é covardia", diz o homem na gravação.

Em outro momento, Erickson é orientado a afirmar que está se "entregando de coração". "Fala que você está se entregando de coração, para que acabe todo esse massacre que está acontecendo no Guarujá, essa covardia com o pai de família dentro da comunidade. E que, então, para acabar, ele está se entregando [...] Cita o nome do governador Tarcísio e vai para cima. Filma o rosto dele e dispara esse vídeo aí", finaliza.

"Sniper" que matou PM pediu para Tarcísio parar "matança"

Erickson David da Silva, o Deivinho, gravou um vídeo dizendo que se entregaria, pedindo ao governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), e ao secretário de Segurança do estado, Guilherme Derrite, que interrompessem a "matança" nas comunidades da Vila Júlia e Vila Zilda.

"Quero falar para o Tarcísio e para o Derrite parar de fazer a matança ai. Matando uma 'pá' de gente inocente", diz ele no vídeo. "[Estão] querendo pegar a minha família, sendo que eu não tenho nada a ver. Estão me acusando. É o seguinte, vou me entregar. Não tenho nada a ver", emenda Deivinho, que se entregou à polícia na noite deste domingo (30).

Classificado pela polícia como "sniper do tráfico", Deivinho teria sido o autor do tiro calibre 9 milímetros disparado a uma distância de cerca de 50 metros que atingiu o peito do PM, que fazia patrulhamento nas proximidades da Vila Zilda. Um outro PM foi atingido na PM e foi encaminhado ao Hospital Santo Amaro e liberado em seguida.

Após o ataque, que aconteceu na quinta-feira (27), o governo de São Paulo mobilizou mais de 600 policiais em uma operação que promoveu um verdadeira massacre nas duas comunidades, deixando ao menos 10 mortos.

Deivinho se entregou neste domingo, após a prisão de uma mulher de 27 anos e quatro homens, que seriam ligados ao tráfico.