“Ele queria dormir, agora dormiu”, escreveu o policial militar Lucas Torrezani, de 28 anos, em um grupo de WhatsApp com amigos, um dia após matar seu vizinho, o músico Guilherme Rocha, na área comum do condomínio onde moravam em Vitória, no Espírito Santo. O deboche faz referência à briga que deu origem ao crime: a vítima reclamou do barulho que o PM fazia no local.
A informação está registrada na decisão da Justiça do ES sobre o caso. No mesmo documento a juíza Lívia Regina Savergini aponta a frieza do PM. “A forma de execução do crime demonstra que o acusado conta com personalidade desprovida de sensibilidade moral, sem um mínimo de compaixão humana, não valorizando, destarte, o semelhante de forma a ser possível a convivência social (...) Demonstrou total desapego à vida da vítima”.
Te podría interesar
De acordo com a juíza, o PM acompanhou a agonia da vítima, já no chão, até seu falecimento. No meio tempo, dava os últimos goles da sua bebida.
Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em https://benfeitoria.com/ato18 e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.
Te podría interesar
O crime ocorreu na madrugada de 17 de abril. Após ouvir o disparo, a síndica do prédio ligou para a polícia. Quando a PM chegou ao condomínio, o autor do disparo se apresentou, entregou a arma e foi conduzido à delegacia onde alegou legítima defesa e foi liberado. A arma permaneceu apreendida.
No entanto, imagens das câmeras de segurança do condomínio desmentiram a versão do PM. Ao contrário, mostraram que Guilherme ficou com as mãos para trás durante a discussão, quando foi empurrado por um amigo de Lucas, que em seguida fez o disparo. Após a nova revelação, o PM foi preso temporariamente e até o momento manteve silêncio em depoimento.
Na noite do crime, o PM ouvia música e consumia bebidas alcoólicas com seu amigo. “Tive acesso a duas ocorrências do próprio condomínio informando esse tipo de algazarra. Salta aos olhos esse tipo de conduta. A vítima estava muito incomodada. Vi que eram bem próximo do apartamento dele e isso realmente incomoda às 3 da manhã. Foi o estopim”, disse o delegado Marcelo Cavalcanti, responsável pelas investigações.