O Presídio Gabriel Castilho, mais conhecido como Bangu 3, foi alvo de uma operação de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira (6) após fontes da Secretaria de Administração Penitenciária confirmarem ao g1 que houve uma vídeoconferência no local na última quinta-feira (5), em que chefes do Comando Vermelho (CV) presos ali participaram e decidiram pela execução dos autores da chacina que vitimou três médicos paulistas em quiosque na Barra da Tijuca.
De acordo com o jornal O Globo, agentes vasculharam as celas e apreenderam 22 celulares na instituição, que faz parte do Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro.
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Na noite da última quinta-feira (5) a alta cúpula do CV, a maior facção criminosa do Estado, não ficou contente os assassinatos dos médicos e executou os responsáveis pela chacina. A ação teria sido encarada como desastrosa pela liderança do CV, já que o alvo central do ataque teria sido confundido e, para piorar, quatro inocentes, os médicos ortopedistas renomados que participariam de um congresso, acabaram sendo vitimados, o que rendeu repercussão mundial.
De acordo com o apurado até agora, um traficante da comunidade Gardênia Azul, conhecido como “BMW”, teria passado uma informação errada ao líder do bando nessa comunidade, cujo apelido é “Lesk”. Um áudio que seria de “BMW” informa que o miliciano Taillon de Alcântara, filho do chefe da milícia de Jacarepaguá, Muzema e Rio das Pedras, rival da quadrilha do narcotráfico, estaria bebendo “num quiosque no Posto 2” da orla da Barra da Tijuca.
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O homem visto não era Taillon, mas sim o médico Perseu de Almeida, que estava acompanhado de outros três colegas, também médicos, sendo um deles o ortopedista Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). O local informado também estava errado, uma vez que o Quiosque do Naná fica entre os postos 3 e 4.
A comunidade da Gardênia Azul já foi comandada pela milícia de Taillon e seu pai, mas caiu nas mãos do tráfico depois que Phillip Motta Pereira, o “Lesk”, então integrante do bando miliciano, resolveu trocar de lado e ingressar no Comando Vermelho.
Os autores dos disparos, assim como “BMW” e “Lesk”, teriam se refugiado em áreas do Rio sob controle do CV após a ação contra os médicos e inclusive teriam demorado horas para descobrir que um dos mortos não era Taillon, pois fizeram postagens comemorando a execução do inimigo, que por fim foram apagadas posteriormente quando descobriram o trágico engano cometido.
Fontes da Secretaria de Administração Penitenciária ainda confirmaram ao g1 que uma videoconferência entre as lideranças da facção presas em Bangu 3 foi realizada. Os líderes da organização criminosa teriam marcado uma reunião no bairro da Penha, no início da noite, para levar os executores ao chamado "tribunal do crime". Na noite de quinta (5) a Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou os corpos atribuídos aos autores da chacina.
Os corpos estava dentro de dois carros localizados na zona Oeste da capital fluminense. Segundo a polícia, ao menos dois dos supostos traficantes encontrados mortos são suspeitos de terem participado do assassinato dos médicos: Philip Motta Pereira, o Lesk, e Ryan Nunes de Almeida, que integrava o grupo liderado por Lesk, chamado de "Equipe Sombra".
Os outros dois corpos encontrados ainda não foram identificados, mas a polícia já confirmou que Bruno Pinto Matias, o Preto Fosco, e Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW, não estão entre os mortos. Eles também estão entre os suspeitos do assassinato dos médicos.
Três corpos foram encontrados dentro de um carro na Rua Abrahão Jabour, nas proximidades do Riocentro. O quarto corpo estava em outro veículo, na Avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão, na Gardênia Azul.