REAÇÃO DO CV

Comando Vermelho já teria executado responsáveis por matar médicos por engano

Informação que circula nos meios policiais dá conta de que alta cúpula da maior facção do Rio ficou enfurecida com ação trágica e desastrosa. Veja o que se sabe até agora

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As informações que circulam nos meios policiais e de Inteligência no Rio de Janeiro na noite desta quinta-feira (5) dão conta de que a alta cúpula do Comando Vermelho (CV), a maior facção criminosa do Estado, já teria executado os responsáveis pela chacina que vitimou fatalmente três médicos, deixando um quarto ferido, nesta madrugada, na Barra da Tijuca. A ação teria sido encarada como desastrosa pela liderança do CV, já que o alvo central do ataque teria sido confundido e, para piorar, quatro inocentes, os médicos ortopedistas renomados que participariam de um congresso, acabaram sendo vitimados, o que rendeu repercussão mundial.

De acordo com o apurado até agora, um traficante da comunidade Gardênia Azul, conhecido como “BMW”, teria passado uma informação errada ao líder do bando nessa comunidade, cujo apelido é “Lesk”. Um áudio que seria de “BMW” informa que o miliciano Taillon de Alcântara, filho do chefe da milícia de Jacarepaguá, Muzema e Rio das Pedras, rival da quadrilha do narcotráfico, estaria bebendo “num quiosque no Posto 2” da orla da Barra da Tijuca.

O homem visto não era Taillon, mas sim o médico Perseu de Almeida, que estava acompanhado de outros três colegas, também médicos, sendo um deles o ortopedista Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). O local informado também estava errado, uma vez que o Quiosque do Naná fica entre os postos 3 e 4.

A comunidade da Gardênia Azul já foi comandada pela milícia de Taillon e seu pai, mas caiu nas mãos do tráfico depois que Phillip Motta Pereira, o “Lesk”, então integrante do bando miliciano, resolveu trocar de lado e ingressar no Comando Vermelho. Os autores dos disparos, assim como “BMW” e “Lesk”, teriam se refugiado em áreas do Rio sob controle do CV após a ação contra os médicos e inclusive teriam demorado horas para descobrir que um dos mortos não era Taillon, pois fizeram postagens comemorando a execução do inimigo, que por fim foram apagadas posteriormente quando descobriram o trágico engano cometido.

Embora a informação da execução dos assassinos dos médicos não seja de caráter oficial, os investigadores e agentes das forças de segurança fluminense envolvidos na apuração da chacina já mencionam abertamente esse suposto acontecimento, já que fontes de dentro das comunidades dominadas pelo CV confirmaram a retaliação da chefia da quadrilha contra os autores do ataque desastroso.

Além disso, fontes da Secretaria de Administração Penitenciária confirmaram ao g1 que uma videoconferência entre as lideranças da facção presas em Bangu 3 foi realizada. Os líderes da organização criminosa teriam marcado uma reunião no bairro da Penha, no início desta noite, para levar os executores ao chamado "tribunal do crime".