A Polícia Civil de São Paulo investigava o desaparecimento de Ana Luíza dos Santos no último mês de setembro. Em meio às investigações, descobriu que a mulher transexual tinha sido vista pela última vez à bordo de um carro que estaria alugado pelo ex-militar do Exército Michel Eric Rabelo da Silva. A história foi revelada pelo jornalista Josmar Jozino, no portal Uol.
Apontado como um dos possíveis suspeitos pelo desaparecimento da moça, os policiais conduziram o homem para prestar depoimento na Delegacia de Polícia de Carapicuíba, na Grande São Paulo. Durante o procedimento, ele autorizou os agentes a irem para sua residência, na cidade vizinha de Barueri. E foi aí que as revelações começaram a aparecer.
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No endereço foram encontradas munições de quatro calibres diferentes, além de roupas camufladas, boinas e um capacete balístico do Exército. Os policiais levaram o material apreendido ao Arsenal de Guerra de São Paulo, também localizado em Barueri, onde recentemente foram roubadas 21 metralhadoras. Oficiais confirmaram que os equipamentos encontrados na casa do homem pertencem ao Exército.
Quando a informação chegou na delegacia, Michel foi questionado. Ele confessou a interceptação do material. Disse aos policiais que ganhou a munição de um amigo dos tempos em que serviu ao Exército e assumiu a falsificação de uma carteira militar. Michel saiu do Exército em fevereiro do ano passado, como soldado.
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O ex-militar foi autuado em flagrante por interceptação no mesmo 15 de setembro e teve a prisão convertida para preventiva no dia seguinte. Mas no último 10 de outubro a prisão foi revogada.
Agora, além do desaparecimento da mulher, a Polícia Civil também investiga se existe alguma relação direta entre Michel, seu suposto amigo militar que teria presenteado a munição, e o roubo das 21 metralhadores do Arsenal de Guerra de São Paulo. O sumiço das armas foi notado em 10 de outubro e quase 500 militares ficaram aquartelados enquanto o caso era investigado internamente.
Das 21 metralhadoras roubadas, 8 foram recuperadas na comunidade de Gardênia Azul, na zona oeste do Rio de Janeiro, e seriam vendidas ao Comando Vermelho. Outras 8 metralhadoras, encontradas em lamaçal na cidade de São Roque, no interior de São Paulo, seriam destinadas ao PCC (Primeiro Comando da Capital).