O maior dente de titanossauro do mundo foi encontrado em um sítio paleontológico em Uberaba, cidade de Minas Gerais. A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em parceria com a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP).
O dente em questão foi encontrado há mais de dez anos, em uma escavação no Geossítio Serra da Galga. Foi necessário uma década de análise para que os pesquisadores confirmassem que aquele se tratava do maior fóssil do tipo já catalogado no planeta. Um artigo sobre a descoberta foi publicado na Cretaceous Research , uma das revistas científicas mais reconhecidas no mundo, em outubro.
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Como foi feita a descoberta
Uberaba é um dos principais polos de pesquisa em paleontologia no Brasil. O dente de titanossauro histórico faz parte do Centro de Pesquisas Paleontológicas "Llewellyn Ivor Price", da UFTM, um dos maiores da América Latina. Os pesquisadores responsáveis pela descoberta compõem o Museu dos Dinossauros da UFTM.
Após análises, eles concluíram que o dente pertence ao Uberabatitan, grupo de dinossauros herbívoros que viveram no período Cretáceo, há 65 milhões de anos, e habitavam a região do sítio paleontológico.
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“Aferimos que esses dentes pertenciam a essa espécie, não porque foram encontrados junto aos crânios ou a outro material, mas porque só tem essa espécie nesta região. Então temos uma certa segurança para falar que eram Uberabatitan”, explicou o pesquisador Julian Silva Junior, do Laboratório de Paleontologia da FFCLRP, em entrevista ao Jornal da USP.
O maior fóssil de titanossauro do mundo tem 6,2 cm de comprimento na coroa, a parte superior e visível do dente. Antes, o recorde era de um fóssil encontrado na Argentina, com 5,6 cm de comprimento.
Junto com o maior fóssil foram encontrados mais dois dentes, de 4,38 e 2,39 cm de comprimento, os quais os pesquisadores acreditam ter pertencido a titanossauros juvenis.
Importância
A descoberta destes fósseis ajuda a reconstruir o modo de vida desses dinossauros e compreender a fauna da região durante o período.
“Sabemos que o ambiente conseguia suportar dinossauros gigantes, então temos a ideia de que o ambiente tinha uma vegetação que conseguia suportar desde o filhotinho até os indivíduos grandes. Assim, dá para tentar montar como era o ambiente na época que esses dinossauros estavam vivos, sobre como eles se comportavam, analisando esses dentes”, explicou Julian.
Há mais de 50 anos o Geossítio Serra da Galga, na região da comunidade rural de Peirópolis, em Uberaba (MG), é palco de escavações importantes para a comunidade paleontológica.
Tendo isso em vista, a cidade se candidatou para se tornar um Geoparque mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Com a recente descoberta, o objetivo está mais próximo de ser alcançado. O resultado do processo deve ser anunciado nos próximos meses.