Alunos do curso de direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), registraram denúncia na ouvidoria da instituição contra um professor que fez comentários homofóbicos e relativizou a ditadura em sala de aula. Uma sindicância foi aberta e as partes serão ouvidas.
A denúncia dos estudantes contra um docente por ter relativizado a ditadura acontece um momento delicado, pois, justamente nesta semana, a PUC-SP realiza uma série de eventos em defesa da democracia e também pela memória, pois, completaram 45 anos da invasão por militares na instituição.
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Durante a ditadura militar, no ano de 1977, o campus da PUC-SP foi invadido pelo Exército em uma ação comandada pelo coronel Erasmo Dias. Na ocasião, estudantes, professores e funcionários foram presos.
O presidente do Centro Acadêmico da PUC-SP, João Brandão, declarou ao G1 que recebeu relatos sobre a postura do professor. "Recebemos relatos dos comentários homofóbicos há uma semana, ele tinha dito coisas do tipo que não deveria existir beijo gay em novelas. Um dos alunos se sentiu ofendido e não conseguiu permanecer em sala de aula. Nós fomos procurados pela representante da turma da sala e fizemos os trâmites para entrar com uma reclamação na ouvidoria", disse.
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Além do comentário homofóbico, o docente também relativizou a ditadura. "O mesmo professor fez alguns comentários relativizando a ditadura militar, falando que não aconteceu. O que é um absurdo, ainda mais na PUC, onde estamos fazendo atos por causa dos 45 anos da invasão da universidade. A própria PUC foi um berço da resistência", complementa Brandão.
Por meio de uma nota, a reitoria da PUC-SP declarou que tomou conhecimento dos fatos e que está apurando. "A PUC repudia de forma veemente toda e qualquer forma de discriminação e, desde 2016, estabeleceu diretrizes para professores, estudantes e funcionários, inclusive aos terceirizados no âmbito da universidade, durante o exercício de suas atividades, sobre assédio moral, sexual, discriminação e desigualdade na instituição".
A direção da instituição de ensino também afirma que os alunos e o professor serão ouvidos para que "sejam tomadas as medidas cabíveis".
Com informações do G1.