ABSURDO

VÍDEO: Quem é a falsa médica presa que atendia crianças com doenças cardíacas

Sophia Livas de Morais Almeida, de 32 anos, teria obtido o carimbo de uma médica com o mesmo primeiro nome dela

A falsa médica Sophia Livas de Morais Almeida.Créditos: Reprodução
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Sophia Livas de Morais Almeida, de 32 anos, foi presa, nesta segunda-feira (19), em Manaus, capital do Amazonas, quando praticava exercícios em uma academia. Formada em Educação Física, ela é investigada por sete crimes atuando como falsa médica.

A mulher se apresentava como especialista em cardiologia pediátrica em um podcast semanal sobre saúde, onde entrevistava médicos e outros profissionais da área. No programa, ela falava, principalmente, sobre problemas cardíacos em crianças.

A suspeita também dizia, em suas redes sociais, que era sobrinha do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), o que foi desmentido pela administração municipal.

“A foto publicada por ela nas redes sociais, afirmando ser uma imagem dela criança sendo carregada por mim, é, na verdade, uma foto minha com a minha filha, Fernanda Aryel. Já a outra imagem, em que apareço ao lado dela, foi uma selfie tirada em local público — como acontece com frequência, sempre que sou abordado por pessoas que pedem para registrar o momento”, esclareceu a nota.

A Polícia Civil informou que Sophia é formada em Educação Física, mas atuava, ilegalmente, como médica havia, ao menos, dois anos. Ela realizava atendimentos em hospitais públicos, clínicas particulares e ainda ministrava aulas como professora voluntária em faculdades de medicina de Manaus.

As apurações apontaram, também, que Sophia tratou, indevidamente, duas crianças com autismo, as quais receitou medicamentos tarjas pretas. A falsa profissional também se identificava, nas redes sociais, como pesquisadora, mestre e doutoranda em Medicina. 

Carimbo era de outra médica

O delegado Cícero Túlio, que acompanha o caso, informou que a mulher conseguiu o carimbo de uma médica verdadeira que tem o mesmo primeiro nome dela dentro do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV). Com esse carimbo, Sophia passou a realizar consultas de forma independente.

A Justiça decretou prisão preventiva de Sophia, que deve ser indiciada por sete crimes: falsa identidade; falsidade ideológica; exercício ilegal da medicina; estelionato contra vulnerável; falsidade material de atestado; curandeirismo; e charlatanismo.

O HUGV divulgou uma nota para informar que a mulher nunca atuou como médica na unidade e não há registros de atendimentos feitos por ela. Ainda conforme o hospital, ela foi aluna de mestrado na Universidade Federal do Amazonas como educadora física e, depois de concluir o curso, não mantém qualquer vínculo com a instituição.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas, por sua vez, disse que “não recebeu qualquer denúncia formal” sobre o caso. O órgão orientou as pessoas a consultarem a regularidade de médicos pelo portal do Conselho Federal de Medicina para não serem vítimas da prática ilegal da profissão.

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